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Descoberta de petróleo no pré-sal da Bacia de Campos foi anunciada em 2005 | Divulgação/Agência Petrobras
Descoberta de petróleo no pré-sal da Bacia de Campos foi anunciada em 2005| Foto: Divulgação/Agência Petrobras

Sofrendo grande pressão sobre sua gestão, entre denúncias de irregularidades e alto endividamento, e com prazo apertado para ampliar a produção, a Petrobras optou por devolver a área em que realizou a primeira perfuração do pré-sal. O bloco BM-S-10, na Bacia de Santos, foi entregue no último mês à Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustível (ANP), após a estatal não ter cumprido os prazos para declaração de comercialidade da área.

É a primeira vez que a companhia devolve uma área de pré-sal. A decisão foi vista pelo mercado como um sinal de que a estatal está revendo suas prioridades de exploração para cumprir os investimentos previstos. A meta é dobrar sua produção até 2020, atingindo quatro bilhões de barris de óleo por dia.

Em nota, a estatal informou que seus estudos indicaram a "inviabilidade" do desenvolvimento econômico do bloco. A descoberta do óleo no bloco foi anunciada em 2005. Na época, a Petrobras havia avaliado o óleo como de boa qualidade, leve e de maior valor comercial.

Pelo cronograma, ela deveria apresentar até 2012 os estudos sobre dimensão e características do reservatório para, em seguida, declarar a comercialidade. Segundo a ANP, isto não foi feito e o bloco retomou ao portfólio da agência reguladora, podendo ser concedido a outro consórcio interessado.

"Nesse momento, a Petrobras tem muita coisa para fazer, o que demanda muito investimento e também mão de obra e equipamentos. Então ela pode estar traçando prioridades para as áreas onde considera mais interessante", avalia o consultor Adriano Pires, do Centro Brasileiro de Infraestrutura (Cbie).

O consultor destaca que as parceiras também enfrentam situações econômicas difíceis no mercado internacional. O consórcio era formado pela Petrobras (65%) com as empresas portuguesas BG (25% ) e Partex (10%). O contrato para exploração da área foi assinado com a ANP em 2001, na segunda rodada de licitações da agência.

Em nota, a estatal informou que os reservatórios tinham natureza "heterogênea e desconectada" o que "inviabilizava a implantação de projeto para o desenvolvimento econômico dessa descoberta".

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