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O discurso inflamado do presidente da Bolívia, Evo Morales, nessa segunda-feira na abertura da 47ª Reunião Anual do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), em Belo Horizonte, não incomodou o presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli. Morales afirmou que aceita compartilhar as riquezas naturais de seu país com sócios, mas declarou: "não queremos patrões". Nesta terça-feira, Gabrielli afirmou que, desde a primeira visita de Morales ao Brasil, a Petrobras deixou clara sua intenção de ser sócia da Bolívia nas áreas de petróleo e gás, mas ressaltou que não interessa à estatal brasileira tornar-se uma prestadora de serviços naquele país.

- Nossa estratégia não é ser prestadora de serviços, nossa estratégia é ser uma produtora de petróleo e gás. Estamos dispostos a fazer todas as parcerias necessárias para isso - disse Gabrielli, sem dar detalhes sobre o andamento das negociações com o governo boliviano.

A estatal brasileira atua no México como prestadora de serviços, mas segundo o presidente, isso só acontece porque o mercado interessa à Petrobras, mas a legislação impede que empresas estrangeiras produzam no país. Gabrielli relembrou ainda que a companhia não pretende reduzir seus investimentos na Bolívia.

- A Petrobras nunca mudou sua posição em relação à Bolívia, a Petrobras sempre disse que interessa aumentar a presença dela na Bolívia, a Petrobras está tentando acelerar o processo negocial com a Bolívia, sempre defendendo uma solução negociada.

Na segunda-feira, Gabrielli se encontrou com o presidente Evo Morales e acertou a vinda de uma missão técnica da Bolívia em dez dias para dar andamento às discussões.

- As conversas retomaram a um ritmo adequado - resumiu.

Em relação aos preços do gás importado da Bolívia, atualmente, a companhia tem um contrato firmado até 2019 que fixa a correção de tarifas para até 24 milhões de metros cúbicos de gás transportados para o Brasil. Acima disso, disse Gabrielli, a Petrobras admite negociar.

Ele não esclareceu se o reajuste valeria sobre a quantidade de gás que exceder os 24 milhões de metros cúbicos ou se a tarifa mudaria quando a demanda brasileira superasse a quantidade determinada pelo contrato. Hoje, a estatal transporta para o Brasil cerca de 26 milhões de metros cúbicos, mais da metade da demanda brasileira, de 42 milhões.

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