O presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli, afirmou que a companhia "não tem plano B" para a questão da capitalização e que trabalha com a perspectiva de aprovação do projeto que tramita no Congresso Nacional.
O projeto de lei de autoria do governo, que permite a cessão para a estatal de direitos de exploração de até 5 bilhões de barris de reservas do pré-sal, tramita no Senado em regime de urgência.
Pela proposta, o governo, em uma troca indireta que envolve títulos públicos, receberia ações da empresa em troca das reservas ainda não licitadas do pré-sal, que também ofertaria papéis para os acionistas não controladores.
Na semana passada, o gerente de Relações com Investidores da estatal, Alexandre Quintão, afirmou que se a proposta não passasse no Congresso uma das possibilidades seria a empresa emitir ações preferenciais no mercado, sem direito a voto, o que derrubou o valor dos papéis da empresa nas bolsas.
Outro caminho, segundo Quintão, seria a redução dos investimentos da companhia, que até 2014 prevê investir entre 200 e 220 bilhões de dólares.
Gabrielli não quis comentar sobre a possibilidade de não aprovação da proposta.
"O Senado vai decidir de acordo com o ritmo do Senado", afirmou a jornalistas após a cerimônia de posse de novos ministros, em Brasília.
Mas salientou que a empresa precisa da capitalização.
"É necessário aumentar o capital próprio da companhia por causa da relação da dívida. É uma questão técnica, precisa ampliar (o capital). Para manter o endividamento, precisa ter uma relação capital/dívida estável para uma empresa investment grade", disse.
Na semana passada, Gabrielli afirmou em teleconferência com analistas que a Petrobras precisa fazer uma capitalização no primeiro semestre deste ano.
"Precisa entrar esse ano de 15 a 25 bilhões de dólares para manter a nossa razão capital/dívida e para manter a razão dívida/ebitda", afirmou na ocasião.
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