Gasolina
Distribuidoras falam em possível reajuste
Agência Estado
O último reajuste da gasolina nas refinarias da Petrobras chegou ao consumidor em dezembro (4,04%) com quase o dobro do impacto esperado, reduzindo espaço para a companhia pleitear novos reajustes em 2014. Representantes de distribuidoras e revendedores (postos de combustíveis) disseram que, devido a margens de lucro apertadas, possíveis novas altas de preço de combustíveis em 2014 tendem a ser repassadas ao consumidor.
Internamente, na direção da Petrobras, há um convicção de que não é possível passar 2014 sem reajustes, mesmo sendo ano eleitoral. "Depende do momento do aumento, pode haver eventualmente guerra de preços. Mas não há gordura para ser queimada, tanto na margem de lucro das distribuidoras quanto da revenda [postos]", disse o diretor de mercado do Sindicom (representante das distribuidoras), Cesar Guimarães.
Para a Petrobras, 2014 será o ano da virada. A companhia pretende retomar a rota do crescimento da produção de petróleo, depois de "andar de lado" nos dois últimos anos, como definiu a própria presidente da companhia, Graça Foster.
A aposta de que a produção hoje patinando em torno de 1,9 milhão de barris por dia dará um expressivo salto em 2014 está nas nove plataformas que estão sendo instaladas na Bacia de Campos e, principalmente, no pré-sal da Bacia de Santos.
Esses sistemas representarão um acréscimo de 1,14 milhão de barris diários à capacidade instalada de produção da estatal. Ou seja, cerca de 60% da capacidade atual, de 2 milhões de barris diários.
Mas esse acréscimo não representará um imediato aumento na mesma proporção à produção. Isso porque a entrada em operação é gradual, com a perfuração programada de vários poços, além do fato de que existe um declínio natural nos campos em atividade.
Assim, especialistas estimam que o acréscimo na produção este ano, com esses novos sistemas, ficará em torno de 200 mil barris por dia. A meta da Petrobras é atingir uma produção de 2,5 milhões de barris diários em 2016.
A produção de petróleo caiu nos dois últimos anos em torno de 2% porque entre 2010 e 2012 praticamente nenhum sistema novo entrou em operação. Em 2012, apenas um começou a operar, o Cidade de Inhaúma, no pré-sal em Santos.
O aumento da produção nacional é vital para a saúde financeira da Petrobras. A execução do pesado programa de investimentos da companhia de pelo menos US$ 42 bilhões anuais depende fortemente de um volume maior de petróleo produzido, pois a estatal não deverá contar tão cedo com novos reajustes de combustíveis.
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