A Federação Única dos Petroleiros (FUP) decidiu fazer uma mobilização nas unidades da Petrobras na próxima sexta-feira (20), em protesto contra o aumento da insegurança nas refinarias da companhia. A entidade sindical chegou a cogitar greve. A proposta do diretor da FUP José Maria Rangel, de uma greve geral para pressionar a empresa não foi aceita.

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Nas últimas duas semanas, cinco refinarias da Petrobras registraram acidentes não fatais, segundo a entidade, e pelo menos quatro funcionários ficaram gravemente feridos, com queimaduras nas pernas. Uma refinaria teve que interromper sua operação, a Repar, no Paraná, aumentando a necessidade de importação de derivados pela companhia.

A Petrobras viu aumentar seu endividamento nos últimos anos, ao mesmo tempo em que não consegue aumentar sua receita, devido à queda de produção. Ao mesmo tempo, em um cenário de dólar em alta tem sido obrigada a importar gasolina e diesel a preços maiores no mercado externo do que vende no mercado interno, uma defasagem em torno dos 17%.

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Segundo a FUP, haverá atraso na troca dos turnos em todas as unidades da empresa (refinarias, terminais e plataformas) na próxima sexta-feira. O lema da mobilização será "Em defesa da vida e contra o Procop (Programa de Otimização de Custos Operacionais)", informou a assessoria da FUP.

De acordo com a entidade, o programa de redução de custos tem prejudicado as manutenções feitas nas refinarias, o que teria facilitado a ocorrência de acidentes. As refinarias da Petrobras estão operando com 99% da capacidade instalada.O mesmo ocorreu com as plataformas da empresa, em 2011, quando a ANP (Agência Nacional do Petróleo) chegou a interditar 11 unidades e publicou uma instrução regulamentando as manutenções.

Segundo a assessoria da ANP, a agência vem acompanhando os acidentes ocorridos nas refinarias da Petrobras e fez uma inspeção nos dias 9 e 10 de dezembro na Repar, refinaria no Paraná que sofreu um acidente em novembro.

A ANP informou que vai publicar em janeiro uma instrução que estabelece o Regime de Segurança Operacional para as refinarias de Petróleo, nos mesmos moldes da instrução feita para as plataformas de produção.A audiência pública sobre as normas de refino no país foram objeto de uma audiência pública realizada no ano passado, informou a ANP, descartando assim uma relação com os acidentes das refinarias. As novas instruções terão o prazo de dois anos para serem implementadas.

A Petrobras ainda não respondeu os questionamentos da reportagem sobre os acidentes nas refinarias. Desde novembro, e após dez anúncios de recordes de refino este ano, a Petrobras teve acidentes em suas unidades no Paraná, Amazonas, Bahia, Minas Gerais e Rio de Janeiro, segundo a FUP.

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