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Ainda de ressaca pela intensa campanha salarial e as manifestações contra o leilão do campo de Libra, os petroleiros decidiram tentar derrubar o leilão de gás programado para esta quinta-feira (28) apenas na Justiça, informou nesta quarta (27) o diretor da Federação Única dos Petroleiros (FUP), José Maria Rangel.

Nenhuma manifestação está programada para a porta do evento, afirmou o sindicalista.No leilão de Libra, em 21 de outubro, o governo colocou o Exército e a Força Nacional para garantir a venda, depois que os petroleiros ameaçaram interromper o leilão. Apesar das manifestações e também de ações na Justiça, o leilão de Libra foi realizado sem maiores problemas.

Rangel informou que entrou ontem com uma ação popular na 17ª Vara Cível da Justiça Federal do Rio de Janeiro contra a 12ª rodada de licitações da ANP (Agência Nacional do Petróleo), argumentando que o país não tem regras claras para a exploração de gás não convencional, foco do leilão de amanhã.

O gás não convencional não está solto no reservatório como o gás convencional, e precisa utilizar uma técnica de fraturamento da rocha, condenada por ambientalistas. "Não temos legislação específica para o fraturamento, como fazer um leilão sem regras?", questiona Rangel.A exploração do gás não convencional ganhou destaque nos últimos anos depois que os Estados Unidos intensificaram sua exploração, conseguindo com isso reduzir o preço do gás natural no mercado interno para cerca de um terço do preço no mercado internacional.

Além de perfurar mais poços do que a exploração convencional, a produção do gás não convencional requer a utilização de produtos químicos e um grande volume de água. "Até hoje o povo do Tio Sam não sabe o que fazer para descartar essa água contaminada, após mais de 20 anos de exploração", alerta a FUP em seu site.

A própria diretora-geral da ANP, Magda Chambriard, admitiu em entrevista à Folha de S.Paulo, nesta semana, que as regras para o fraturamento só devem ser publicadas no início do ano que vem. Ela descartou no entanto riscos ambientais, afirmando que a resolução que será emitida vai proteger o meio ambiente e a sociedade, apesar de publicada após o leilão.

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