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Um servidor da Receita Federal e um despachante foram presos ontem em Curitiba durante a Operação Navio Fantasma, desencadeada pela Polícia Federal e pela Receita Federal. Eles são suspeitos de participar de uma quadrilha que importava mercadorias sem pagar impostos, com atuação em portos e aeroportos do Paraná, São Paulo e Rio de Janeiro. Ao todo, 20 pessoas foram presas nos três estados. A Receita Federal estima que a fraude seja de mais de US$ 50 milhões.

No Paraná, os suspeitos utilizavam no golpe o Aeroporto Internacional Afonso Pena, em São José dos Pinhais, na região metropolitana de Curitiba. As mercadorias vi­­nham do exterior, principalmente da China e dos Estados Unidos, para o terminal paranaense e deveriam seguir para o Porto de Santos, onde seriam taxadas. Os itens contrabandeados, porém, não chegavam ao porto e eram distribuídos em São Paulo.

As investigações começaram em janeiro do ano passado, segundo a PF, após a alfândega de Santos ter percebido que mercadorias importadas supostamente encaminhadas para aquele local não chegavam para o desembaraço. A PF estima que a organização criminosa tenha movimentado cerca de 220 toneladas de mercadorias.

De acordo com a PF, a quadrilha importava mercadorias que declarava para o fisco como sendo de baixo valor agregado, como partes e peças para manutenção de navios atracados no Porto de Santos, mas na verdade importava tablets, telefones celulares, relógios e armações de óculos de grife. O grupo também importava irregularmente mercadorias de importação controlada, como equipamentos médicos e munição.

A Polícia Federal informou que o técnico da Receita preso em Curitiba é suspeito de auxiliar a fraude na importação ao facilitar a liberação das mercadorias. O nome dele não foi divulgado. A PF não informou também se haveria empresas paranaenses envolvidas no esquema, nem a quantidade de produtos que foram apreendidos no Paraná.

Mandados

A Operação Navio Fantasma contou com a participação de 60 servidores da Receita Fe­­deral e 200 policiais federais. Em Curitiba, 14 policiais e seis servidores da Receita desencadearam a operação. Três mandados de busca e apreensão foram cumpridos na capital.

Ao todo, 20 mandados de prisão e 42 mandados de busca e apreensão foram cumpridos. No estado de São Paulo, duas pessoas foram presas na capital, nove em Santos, uma em Sorocaba e uma em Campinas. Outras cinco pessoas foram detidas no Rio de Janeiro. A pena para os crimes varia de um a 16 anos de reclusão.

Entre os presos nos três estados estão cinco servidores da Receita Federal, empresários, "laranjas" e despachantes aduaneiros, segundo a PF. A Justiça Federal em Santos decretou o sequestro de bens e o bloqueio de recursos financeiros dos suspeitos. Durante a investigação, a Receita Federal apreendeu judicialmente cargas já retidas.

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