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Pequim, China – A economia da China cresceu 11,5% no terceiro trimestre de 2007 e no acumulado dos nove meses, em comparação com os mesmos períodos do ano passado, informou ontem o Escritório Nacional de Estatísticas (ENE) – algo como o IBGE chinês. Com isso, o Produto Interno Bruto (PIB, o equivalente a toda a riqueza produzida pelo país) da China está mais perto de ultrapassar o da Alemanha este ano, transformando a economia chinesa na terceira maior do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos e do Japão.

Ano passado, a economia alemã somou US$ 2,89 trilhões, enquanto o PIB chinês ficou em US$ 2,79 trilhões. Se a China mantiver o nível de crescimento na faixa de 11,5%, calcula o estatal China Securities Journal, a economia fechará 2007 em US$ 3,11 trilhões.

Apesar das taxas de aumento acelerado da economia, de a inflação ter fechado os nove primeiro meses do ano em 4,1% anualizada (acima da meta de 3%), de a expansão dos investimentos em ativos fixos ter atingido 25,7%, o porta-voz do ENE, Li Xiaochao, afirmou que a economia chinesa não está superaquecida e que o processo de crescimento se mantém sob controle, sem gargalos de infra-estrutura.

"Tanto o crescimento do PIB quanto a inflação recuaram. A alta da economia passou de 11,9%, no segundo trimestre, a maior dos últimos 12 anos, para 11,5% no terceiro. E a inflação subiu 6,2% em setembro, enquanto a taxa foi de 6,5% em agosto", disse ele.

Pode ser. Mas estas pequenas desacelerações não são vistas como desaceleração de fato pelos analistas asiáticos, que ainda consideram a economia chinesa aquecida acima do normal.

"A entrada espetacular de dólares na China e o crescimento do crédito estão mostrando que os instrumentos usados pelo Banco Central da China para controlar a expansão da economia estão perdendo sua eficácia", diz o analista Paul Cavey, do Banco australiano Macquarie.

O que preocupa os chineses, no fundo, não é bem a economia como um todo ou o cenário externo, mas o próprio bolso. A inflação chinesa se manteve perigosamente alta em setembro – o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) anualizado foi de 6,2% – apesar de 0,3 ponto porcentual inferior ao índice de agosto, de 6,5%, o maior da década.

Pior: a trajetória acumulada vem mostrando uma persistente alta – 3,2% nos primeiros seis meses de 2007, 3,5% nos primeiros sete meses e 3,9% nos primeiro oito meses, culminando em 4,1% em setembro. Ainda assim, Zhu Zhixin, vice-diretor da Comissão Nacional de Reforma e Desenvolvimento (CNRD), espécie de Ministério do Planejamento da China, tratou de negar um cenário de descontrole: "O nível dos preços tende a se manter alto por algum tempo por conta de pressões sazonais ou extraordinárias, como as quebras de safra, mas as taxas não se manterão altas no longo prazo."

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