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A economia brasileira mostrou força de janeiro a março, com expansão de 1,3% sobre o final de 2010. Mas já há sinais de uma acomodação após as medidas adotadas pelo governo para combater a inflação, como o abrandamento do consumo das famílias.

A taxa de crescimento foi a maior desde o segundo trimestre do ano passado. Em relação ao mesmo período de 2010, o avanço do Produto Interno Bruto (PIB) foi de 4,2%.

Os números - divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira - vieram em linha com a mediana das previsões de economistas consultados pela Reuters.

"É um crescimento satisfatório, mostrando que a economia continua tendo vitalidade, porém desacelerando em relação ao ano passado", disse o ministro da Fazenda, Guido Mantega.

"Houve uma moderação do crescimento e do consumo (das famílias)... Ele desacelerou em relação ao ano passado, que é o que nós queríamos", destacou Mantega.

O consumo das famílias avançou 0,6% no primeiro trimestre sobre o período imediatamente anterior, resultado mais baixo desde o quarto trimestre de 2008. Segundo a economista do IBGE Rebeca Palis, a massa salarial cresceu menos no trimestre. Os preços mais altos e o crédito mais caro também afetaram o consumo.

O consumo do governo teve expansão de 0,8%. O crescimento da formação bruta de capital fixo, uma medida dos investimentos, acelerou para 1,2% frente ao quarto trimestre do ano passado, mas há incertezas sobre a evolução do indicador, segundo o IBGE.

Entre os setores, também na comparação com os três últimos meses de 2010, a indústria subiu 2,2%, a agropecuária cresceu 3,3% e os serviços registraram expansão de 1,1%.

"A economia brasileira está desacelerando mais marcadamente à medida que o mercado doméstico está sendo deprimido por medidas restritivas... A economia vai desacelerar mais neste ano, com crescimento abaixo do potencial", afirmou o diretor da Moody's Analytics para América Latina, Alfredo Coutiño.

O Banco Central vem trabalhando para esfriar a economia, em meio ao esforço para reduzir a inflação. Em dezembro, adotou medidas macroprudenciais para conter a expansão do crédito. Em janeiro, iniciou um ciclo de aperto monetário. A expectativa é de que o BC promova mais um aumento de 0,25 ponto no juro na semana que vem, a 12,25%.

Compração com 2010

Em relação ao início do ano passado, os investimentos avançaram 8,8%, menor expansão desde os três últimos meses de 2009.

O consumo das famílias se expandiu 5,9% contra o primeiro trimestre de 2010, enquanto o consumo do governo subiu 2,1%.

O setor de serviços se destacou, ao crescer 4 por cento. A expansão da indústria desacelerou para 3,5%, com destaque positivo para a construção, com expansão de 5,2%. A agropecuária teve alta de 3,1%.

O PIB em valores correntes alcançou 939,6 bilhões de reais no primeiro trimestre.

Em 12 meses até março, a taxa de crescimento do Brasil foi de 6,2%.

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