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WASHINGTON - O Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos aumentou a uma taxa anual de 1,1% no quarto trimestre de 2005, informou o Departamento de Comércio. Segundo o relatório divulgado pelo governo, a taxa - a menor em três anos - foi resultado de um gasto menor dos consumidores, da desaceleração do setor de construção e da menor disponibilidade dos empresários de investir.

Em 2005, o PIB americanou cresceu 3,6%, depois de ter uma expansão de 4,2% no ano.

No terceiro trimestre do ano, o indicador havia crescido 4,1%. A expectativa de analistas era de uma expansão de 2,8% entre outubro e dezembro. A notícia se refletiu no mercado financeiro, provocando a desvalorização do dólar e um aumento dos preços dos títulos americanos.

Os gastos dos americanos, que têm peso de dois terços sobre a atividade econômica do país, tiveram um fraco crescimento de 1,1%, em seu mais baixo patamar desde o segundo trimestre de 2001. Os gastos com bens duráveis, que incluem automóveis e outros itens com vida útil de três anos ou mais, despencaram 17,5%.

Esta foi a maior queda em bens duráveis em quase 19 anos, desde um recuo de 23,1% registrado no primeiro trimestre de 1987.

Analistas disseram que o PIB refletiu, em parte, o impacto da passagem do furacão Katrina pelo país, que destruiu a Costa do Gulfo no final do verão e início do outono do ano passado.

- O furacão fez um grande estrago e contribuiu para que o crescimento do PIB fosse muito fraco. O gasto do consumidor caiu em um abismo entre outubro e novembro. É uma divulgação que mostra indicadores muito baixos, de uma maneira geral - disse o analista Richard DeKaser, do National City Corp., em Cleveland.

Alguns outros especialistas, no entanto, lembraram que parte das influências negativas, como o impacto do furacão, poderia ser temporária.

- Provavelmente alguns desses indicadores serão revertidos nos próximos meses - comentou Robert Sinche, estrategista global do Bank of America em Nova York.

Também houve sinais de aumento da pressão inflacionária. O indicador de preços para os gastos do consumidor cresceu 2,6% no quarto trimestre, contra 3,7% nos três meses anteriores. Entretanto, o núcleo do indicador, que exclui alimentação e energia, subiu para 2,2%, contra 1,4% no terceiro trimestre.

O Banco Central americano (FED, o Federal Reserve) deverá se reunir na terça-feira e já indicou que está observando a inflação bem de perto. O FED elevou as taxas de juros de curto prazo 13 vezes desde meados de 2004.

O economista William Sullivan, da JVB Financial Group, em Nova York, disse que o fraco desempenho do PIB pode significar que o FED está perto de romper este ciclo de aumento das taxas de juros.

- Este dado poderá representar um grande elemento de dúvida em relação a uma nova alta dos juros em março. Mas neste momento existe um consenso de que este dado é pontual e de que uma recuperação está a caminho - disse.

Os investimentos da indústria cresceram a uma taxa anualizada de 2,8% no quarto trimestre, menos da metade da expansão de 8,5% do terceiro trimestre e a mais fraca para um trimestre desde o início de 2003.

Os estoques cresceram para US$ 25,7 bilhões durante os últimos três meses do ano passado, revertendo uma queda de US$ 13,3 bilhões no trimestre anterior.

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