Rio (AE) O Produto Interno Bruto (PIB) do terceiro trimestre somou R$ 497,5 bilhões. O valor, divulgado ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), reflete a queda de 1,2% do PIB no período. Os técnicos vão esperar os dados do quarto trimestre para revisar o saldo do terceiro, como determina a metodologia do instituto. Dos dados apresentados ontem, apenas o volume de estoques, de R$ 6,06 bilhões de julho a setembro, causou surpresa no mercado, por representar menos da metade da cifra registrada no trimestre anterior: R$ 13,85 bilhões.
"No segundo trimestre, a indústria superestimou a demanda. O que ocorreu a seguir foi uma queima de estoques", avalia Guilherme Maia, da Tendências Consultoria. Para ele, o que derrubou o PIB foram basicamente a crise de confiança de empresários e consumidores que veio a reboque da crise política e a surpresa do desempenho da agropecuária, bem mais fraco do que o previsto.
O PIB acumulado no ano até setembro é de R$ 1,415 trilhão. O IBGE informou que, no terceiro trimestre, os investimentos representaram 20,4% do PIB, nível ligeiramente menor do que os 20,9% de igual período do ano passado. Rebeca Palis, gerente de Contas Trimestrais do instituto, disse que não há como comparar a taxa de investimento com a do segundo trimestre (19,9%) porque, como não é feito ajuste sazonal desse levantamento, as distorções específicas de determinados períodos não são eliminadas.
Na análise do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi), apesar de o nível de investimento no país ainda estar muito baixo há um consenso entre economistas de que apenas uma taxa acima de 25% ao ano garantiria crescimento sustentável do PIB em ritmo superior a 5% anuais , é "significativamente superior aos níveis alcançados entre 1998 e 2003, quando o investimento chegou a acusar um porcentual tão baixo quanto 17,8% no terceiro trimestre desse último ano", detalhou o relatório técnico do Iedi.
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