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PIB - comparação de trimestres |
PIB - comparação de trimestres| Foto:

Em partes

O PIB é a somatória de quatro variáveis agregadas. Veja como foi o desempenho de cada uma no ano passado:

Consumo das famílias

Principal componente do PIB, o consumo somou R$ 1,579 trilhão, em alta de 5,4% na comparação com 2007. No último trimestre, esse item teve queda de 2%.

Investimentos

Tiveram alta de 13,8% em 2008, apesar de um tombo de 9,8% no último trimestre. No total, essa variável adicionou R$ 548,75 bilhões à economia.

Gastos do governo

O gasto público subiu 0,5% no último trimestre e acumulou alta de 5,6% no ano, quando chegou a R$ 517 bilhões.

Saldo comercial

Em queda, o superávit do país foi de R$ 40 bilhões.

Economistas já preveem corte maior na Selic

O decepcionante resultado do PIB do quarto trimestre fez com que crescesse a expectativa de uma redução mais expressiva da taxa básica de juros (Selic) hoje. Diversos analistas passaram a contam com uma redução de 1,5 ponto porcentual na reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) que termina hoje. A Selic está em 12,75% ao ano.

"O resultado do PIB abriu espaço para o Copom cortar a Selic em 1,5 ponto, sem o ônus dos efeitos sobre a inflação. Uma redução de 1 ponto já é dada, e 1,5 ponto não será mais surpresa. Apenas um corte acima de 1,5 ponto chamaria a atenção, pois poderia ser interpretado pelo mercado como um sinal de que a crise é mais preocupante do que o imaginado’’, afirma Alex Agostini, economista-chefe da Austin Rating. Para Alexandre Póvoa, da Modal Asset Management, "depois do anúncio da decepcionante produção industrial de janeiro e do PIB do quarto trimestre, fica claro que os riscos de uma queda mais forte de atividade no Brasil estão se consolidando’’. Nesse cenário, Póvoa passou a projetar um corte de 1,25 ponto na Selic.

Folhapress

A divulgação ontem do resultado do Produto Interno Bruto (PIB) agrega em um único número o tamanho do impacto da crise global sobre a economia brasileira: a somatória de tudo que o país produz caiu 3,6% nos últimos três meses do ano, na comparação com o trimestre anterior. Foi um recuo abrupto para um indicador que vinha em velocidade de cruzeiro, com crescimento de pelo menos 1,5% nas últimas comparações trimestrais, e também o pior desempenho da atual série histórica do IBGE, iniciada em 1996.

Apesar da freada brusca no fim do ano, o PIB cresceu 5,1% em 2008, pouco menos que os 5,7% de 2007, e somou R$ 2,889 trilhões. A expansão seria bem mais vigorosa não fosse a crise: até setembro, a taxa acumulada era de 6,4%. Em relação ao quarto trimestre de 2007, o PIB subiu 1,3%, contra os 6,8% do terceiro trimestre.

"A crise provocou uma ruptura no padrão de crescimento", diz Rebecca Palis, gerente das Contas Nacionais do IBGE. O resultado também foi maior do que a previsão de queda de 2% a 2,5% que era mantida por analistas até a segunda-feira.

Uma das surpresas negativas ficou por conta do consumo das famílias, queda de 2% no quarto trimestre. "O PIB veio muito pior do que todo mundo esperava. E a causa é o consumo das famílias. Não havia a expectativa de que tivesse ocorrido uma queda tão grande. O resultado da indústria já era esperado por todos", avalia Armando Castellar, economista da Gávea Investimentos.

Investimentos

A piora no crédito e nas expectativas em relação à economia levaram os empresários a interromper um ciclo de nove trimestres de alta nos investimentos. O volume de recursos destinados à ampliação da capacidade produtiva do país caiu 9,8% no quarto trimestre em relação ao trimestre anterior. Ainda assim, o indicador teve a maior expansão anual desde 1996, de 13,8%.

No ano, os investimentos em capacidade produtiva adicionaram R$ 548 bilhões à economia. No ano anterior, em valores correntes (não descontada a inflação), foi de R$ 455 bilhões. Dos 5,1% de expansão do PIB, 2,4 pontos porcentuais foram resultado da expansão nos investimentos produtivos.

"A redução nos investimentos na ampliação da produção pode ser um entrave ao crescimento quando a economia voltar a crescer", adverte Carlos Thadeu Filho, economista-chefe da SLW Asset.

O fraco desempenho dos investimentos rebateu na indústria, cujo PIB caiu 7,4% no último trimestre de 2008, a maior retração desde o quarto trimestre de 1996. "A indústria vinha num ritmo de produção, mas, com o início da crise, a demanda se frustrou, e o setor se viu obrigado a entrar em uma fase de ajuste de estoques", avalia Bráulio Borges, economista da LCA.

Agropecuária

Estimulado pela demanda externa e pela expansão da produção agrícola, o segmento agropecuário cresceu em velocidade superior à economia em 2008, pelo terceiro ano seguido. A expansão foi de 5,8%, ante 5,1% do PIB. Mas, entre o terceiro e o quarto trimestres, a taxa, que era de 1,3%, passou a ser negativa em 0,5%, reflexo da queda na demanda externa pelas commodities agrícolas.

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