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Rio de Janeiro – O Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro cresceu 0,5% no segundo trimestre deste ano, se comparado ao primeiro trimestre (na série com ajuste sazonal), segundo dados divulgados ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE). O resultado ficou no piso das expectativas de analistas do mercado financeiro, que apostavam em um crescimento entre 0,5% e 1%. Na comparação com o segundo trimestre do ano passado, o PIB cresceu 1,2% – nesta caso, as expectativas variavam entre 1,5% a 2,4%.

"Nós não podemos dizer que o resultado que saiu é bom. Eu diria até que está aquém do que todos gostariam", admitiu ontem o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo. Apesar da decepção, o ministro acredita que o importante é olhar para longo prazo. Bernardo espera uma recuperação nos dois últimos trimestres e mantém a previsão de crescimento de, pelo menos, 4% neste ano.

Mesmo que o Brasil cresça 4,5%, como espera o governo, o país não chegará perto do primeiro pelotão de nações em termos de crescimento econômico. Caso atinja a marca, ele será o 112.º colocado de um ranking de crescimento que inclui 180 nações. Levando em conta a expectativa média do mercado (3,5%, segundo o boletim Focus, elaborado pelo Banco Central a partir de consultas a mais de cem analistas de mercado), o país cai para a 127.ª colocação. O maior crescimento esperado é o do Azerbaijão (26,2%), seguido por Angola (26%) e Mauritânia (18,4%), de acordo com as estimativas do Fundo Monetário Internacional (FMI).

Setores

O resultado fraco do PIB brasileiro foi puxado pela indústria. No primeiro trimestre, o avanço foi de 1,4%. Trata-se do pior desempenho desde o terceiro trimestre de 2005, quando houve recuo de 1,2%. O melhor desempenho no período foi puxado pelo setor agropecuário, que cresceu 0,8% em relação ao primeiro trimestre. Também em comparação aos primeiros três meses do ano, o setor de serviços cresceu 0,6% e a indústria encolheu 0,3%. Na comparação com o segundo trimestre de 2005, o destaque fica por conta do setor de serviços, com crescimento de 1,9%, seguido pelo agropecuário, com 1%, e industrial, com apenas 0,5% de aumento na produção da riqueza do país.

Além do setor agropecuário, o consumo das famílias puxou o PIB do segundo trimestre, tanto na comparação com o primeiro trimestre, quando cresceu 1,2%, quanto em relação a igual período de 2005 (4%). No primeiro semestre, o consumo das famílias cresceu 3,8% ante igual período do ano passado.

Investimentos

Os investimentos captados no PIB seguiram caminho contrário e caíram 2,2% no segundo trimestre de 2006, em relação ao período anterior. Foi a maior queda desde o primeiro trimestre do ano passado.

O apetite por mais investimentos dentro do setor produtivo diminuiu apesar de terem aumentado tanto o consumo das famílias (1,2%) quanto o do governo (0,8%). No primeiro trimestre deste ano, os investimentos haviam crescido 3,7% em relação aos três meses finais de 2005.

Em relação ao segundo trimestre do ano passado, os investimentos (ou FBCF, Formação Bruta de Capital Fixo) aumentaram 2,9%. O consumo das famílias, 4%, e o do governo, 1,8%. No primeiro trimestre (em relação a janeiro-março de 2005), os investimentos haviam crescido 9%.

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