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Daniel Dalarossa montou fábrica de componentes eletrônicos nos EUA nos anos 90 | Antonio More/Gazeta do Povo
Daniel Dalarossa montou fábrica de componentes eletrônicos nos EUA nos anos 90| Foto: Antonio More/Gazeta do Povo

Dividir a experiência de sucesso nos negócios com outros empreendedores brasileiros tornou-se um dever moral para o empresário Daniel Dalarossa. "Precisava voltar para cá e compartilhar o que aprendi, para inspirar outras pessoas a crescer e se", diz. O empresário esteve em Curitiba na última semana para participar do projeto do Sebrae-PR dedicado a startups. O evento 360 Graus ofereceu três dias de imersão em ideias inovadoras e orientações sobre empreendedorismo.

Dalarossa foi o primeiro brasileiro a montar uma startup no Vale do Silício, na Califórnia, no início da década de 1990. A Cyclades Corporation, fabricante de componentes eletrônicos, criada por ele e o sócio, John Lima, nasceu em uma garagem na Vila Olímpia, em São Paulo, de onde saiu para os Estados Unidos. Na época, com a queda da lei de reserva de mercado na área de informática, os sócios decidiram partir para enfrentar a concorrência fora de casa, antes que os importados invadissem o país.

A estratégia deu certo. O produto – uma placa eletrônica para intercomunicação de computadores – foi adaptado ao Linux e ganhou clientes no mundo inteiro. Em 2006, ao ser vendida por US$ 90 milhões para a Avocent, a Cyclades Corporation tinha filiais em 14 países e 8 mil clientes.

A preocupação em formar e desenvolver outros empreendedores foi traduzida em um novo projeto. Dalarossa criou a Zymi Group, dedicada à capacitação de líderes e gestores empresariais, a partir da experiência de sua equipe de mentores. "Não tinha nenhuma bagagem sobre gestão quando comecei meu negócio. O que aprendi foi em tentativas e erros, e com o conhecimento dos profissionais com quem trabalhei e convivi ao longo dos anos. Esse é um dos conceitos a que dou muita ênfase: a importância da equipe", diz.

Durante os cursos que ministra, Dalarossa insiste na valorização da inspiração nata aos empreendedores e como transformá-la em ações efetivas no dia a dia das empresas. "Entendo a questão cultural que aflige empreendedores brasileiros, que têm problemas de formação e dificuldades de crescimento. É preciso orientá-los para identificar seus melhores momentos, suas oportunidades", avalia.

Aos 53 anos, Dalarossa consegue perceber na plateia de startupeiros, sempre muito jovens, a mesma energia e desejo de realização que o mobilizou no início da carreira. "Paixão pela atividade é fundamental, mas eles percebem que precisam de preparação e que também podem inspirar outras pessoas."

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