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No maior evento de celular do mundo, o Mobile World Congress, o traje típico é terno, camisa e gravata em cores sóbrias. Em meio à mesmice estética, salta aos olhos uma figura de moletom vermelho e passo acelerado. É um dos homens por trás de uma das marcas digitais mais valiosas: Peter Vesterbacka, diretor de marketing da Rovio, empresa finlandesa que criou o Angry Birds. A empresa acaba de conseguir mais um hit: o novo jogo Angry Birds Space foi baixado 10 milhões de vezes em três dias. O título que deu origem à série já supera 700 milhões. Vesterbacka conversou com a reportagem sobre os conceitos pouco convencionais da Rovio.

O segredo do sucesso do Angry Birds é a simplicidade?

Com certeza, é muito acessível. Mas não é só isso: ele é um dos primeiros games projetados para a tela de toque. Outra coisa é nosso respeito pelos fãs. Não vamos fazer um refrigerante Angry Birds só para ganhar dinheiro. Tem de ter algum significado. Como no caso do game Angry Birds Rio: deu certo não porque é uma promoção bem amarrada, mas porque é um jogo ótimo.

Vocês testam novos produtos com o público?

Nunca. Não usamos nem gru­­pos de acompanhamento. Testamos tudo internamente, lançamos jogos que gostamos de jogar. Testes com o público são coisa de Hollywood, e quando você tenta agradar a todo mundo, corre o risco de não agradar a ninguém. Hoje, todos os filmes parecem iguais. Há uma razão para isso.

Como está a produção do filme do Angry Birds?

Estamos trabalhando nisso, mas fazer um filme demora. Compramos um estúdio de animação no ano passado, em Helsinque, mas queremos ter outros. Fizemos alguns curtas que serão exibidos por streaming em um canal especial do Angry Birds que virá em novos modelos de televisões da Samsung nes­­te ano.

Fazer um filme não é fugir do foco da empresa?

Não somos uma empresa de games, mas de entretenimen­­to. Fazemos animações, balas, todo tipo de produto físico. Nesse ponto nos inspiramos em Hollywood, em seu modelo de merchandising e licenciamento de personagens. A diferença é que somos mais ágeis

Há pedidos de licenciamento estranhos?

Vem todo tipo de coisa. Fa­­la­­mos "não" a toda hora. O que é interessante é que, por exemplo, eu estava na China e somos hoje a marca mais copiada naquele país, mais que Disney, mais que Hello Kitty. Dois anos antes, não éramos nada lá.

A Disney costuma ser dura com quem pirateia os produtos dela. Mas vocês não. A Disney tem algo a aprender?

Se você for à China, vai en­­contrar milhões de cópias de produtos da Disney. Preferimos piratear os piratas. Os fãs chineses compram o produto autêntico porque gostam da nossa abordagem. Em vez de lutar na Justiça, tentamos oferecer um serviço melhor. Preferimos gas­­tar energia nisso. E é um mau negócio processar seus clientes.

A pirataria ajuda a Rovio?

Claro, a pirataria indica o quan­­to somos amados por lá. Sabemos que há demanda. Não precisamos de pesquisa de mercado. Basta andar pelas ruas de Xangai e Pequim. E agora estamos construindo lojas próprias.

O mercado brasileiro tem importância para a Rovio?

Vemos no Brasil um enorme crescimento de celulares e do Facebook. Outra coi­­sa em que apostamos no Brasil é nos celulares de entrada. Todos os modelos da Nokia no Brasil agora vêm com Angry Birds.

Qual é o plano para 2012?

Cinco jogos novos, incluindo Angry Birds Space. E teremos um jogo novo, que não tem nada a ver com Angry Birds. Será uma franquia totalmente nova, novos personagens, um jogo acessível, mas não posso dizer o nome ainda.

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