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O plano do Banco Central anunciado na noite desta quinta-feira (22), em que a autoridade injetará US$ 54,5 bilhões no mercado de câmbio até o final do ano, foi avaliado como positivo por especialistas, mas não impedirá que a moeda americana continue subindo.

Isso porque a perspectiva de que investimentos estrangeiros nos mercados emergentes deverão voltar aos Estados Unidos diante da melhora econômica naquele país vai continuar pressionando as moedas internacionais, que perdem valor diante do dólar.

No Brasil, há um agravante: o elevado deficit em conta corrente e a insatisfação com a política econômica do governo, que têm prejudicado o apetite dos estrangeiros por aplicações no país.

"Esses fatores, combinados, farão com que o dólar continue subindo. A medida do Banco Central é efetiva para dar mais liquidez ao mercado, ou seja, impede a falta dólares. Mas a tendência para a cotação da moeda americana continua de apreciação", avalia Felipe Miranda, analista da Empiricus Research.

O superintendente de câmbio da corretora Advanced Reginaldo Siaca também vê como positivo o plano do BC. "A medida trará alívio para o mercado e, mesmo que não seja suficiente para inverter a tendência de alta do dólar, o BC poderá ajustar os valores dos leilões mais à frente, conforme o andamento da moeda, para garantir que ela não volte a subir expressivamente", diz.

De acordo com o BC, serão realizados leilões de swap cambial tradicionais, que equivalem a compra de dólares no mercado futuro, de segunda a quinta-feira, com oferta de US$ 500 milhões em contratos por dia, até dezembro.

A autoridade monetária já tem feito esses leilões com frequência no mercado para tentar conter a alta da moeda americana. O anúncio do programa de prazo mais longo, porém, que começa hoje, ajuda a dar previsibilidade aos investidores a respeito das intervenções.

Às sextas-feiras, o BC oferecerá US$ 1 bilhão por meio de linhas de crédito em dólar com compromisso de recompra --outro mecanismo que também é utilizado para empurrar as cotações da moeda americana para baixo. Nesses leilões, o BC coloca no mercado, no momento da operação, determinada quantia em dólares com a garantia de recomprá-la após alguns meses, independentemente do valor que a moeda vai ter.

"A queda do dólar hoje em relação ao real acompanha a valorização das demais moedas estrangeiras frente a divisa americana, mas a medida do Banco Central intensifica esse movimento", diz Miranda.

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