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José Sócrates deixa a entrevista coletiva após a renúncia: interino com poderes limitados | Rafael Marchante/Reuters
José Sócrates deixa a entrevista coletiva após a renúncia: interino com poderes limitados| Foto: Rafael Marchante/Reuters

O primeiro-ministro de Portugal, José Sócrates, apresentou sua renúncia ontem, pouco depois de seu governo de minoria não ter conseguido convencer os partidos de oposição no Parlamento a aprovarem um novo plano de austeridade fiscal, o que deverá aumentar as pressões para que o país recorra a um pacote de ajuda financeira internacional.

A crise política acontece num momento difícil para Portugal. A incerteza sobre o futuro da crise econômica deve aumentar os custos já elevados de financiamento do país antes de uma eleição, obrigando-o a aceitar a ajuda externa. O país terá de pagar 4,23 bilhões de euros (US$ 5,96 bilhões) em dívidas no próximo mês e tem apenas estimados 4 bilhões de euros em caixa nas reservas.

Sócrates disse que vai continuar como primeiro-ministro interino até que um novo governo possa ser formado. Ele afirmou ser impossível governar sem o apoio do Parlamento. "Hoje [ontem] estou convencido de que o país perdeu", acrescentou.

Ele planeja viajar para Bruxelas hoje para se reunir com líderes da União Europeia e poderá requisitar ajuda financeira se necessário, embora seus poderes de negociação e execução de política passem a ser extremamente limitados como chefe de governo provisório, dizem analistas. O euro caiu às mínimas da sessão em relação ao dólar em Nova York, a US$ 1,4077, após o anúncio de que o Parlamento português rejeitou o plano proposto pelo governo.

Sócrates e o ministro das Finanças, Fernando Teixeira dos Santos, haviam prometido cortar o déficit do orçamento de Portugal a 4,6% do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano, contra cerca de 7% em 2010 e 9,3% em 2009. Recentemente, eles anunciaram novas medidas de austeridade fiscal que seriam destinadas a assegurar aos investidores que as metas de redução de déficit para os próximos três anos podem ser cumpridas.

A renúncia de Sócrates forçará o presidente Aníbal Cavaco Silva a consultar se os partidos políticos com representação no Parlamento querem e podem for­­mar um novo governo. Se isso não for possível, o presiden­te terá de dissolver o Parla­men­to e convocar eleições antecipadas, que devem ser realizadas até 55 dias após a dissolução. As informações são da Dow Jones.

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