Nova Iorque e Washington - O governo do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, avançou na direção de concluir os dois principais pacotes de medidas para tentar tirar o país da maior crise econômica desde os anos 1930. A aprovação no Senado do novo plano de recuperação de quase US$ 840 bilhões, após vários adiamentos, e que exigiu a pressão pessoal de Obama, porém, não encobriu a decepção do mercado com o segundo vetor anticrise: o também novo pacote de socorro aos bancos.
Delineado de forma vaga, o plano frustrou o mercado. A principal dúvida permanece: como o Tesouro tratará os chamados ativos "tóxicos" dos bancos que estão no centro da crise e que têm provocado rombos bilionários nessas instituições. A resposta a essa pergunta não foi conhecida.
Genérico
A pretensão do Departamento do Tesouro dos EUA é movimentar mais de US$ 2 trilhões, mas as quantias minimamente detalhadas chegam a pouco mais de US$ 500 bilhões. Elas incluem a criação de uma espécie de "banco podre" (batizado de Fundo de Investimento Público-Privado). Patrocinado pelo Estado e ponto mais obscuro do pacote, esse fundo assumiria papéis "tóxicos" dos bancos entre US$ 500 bilhões e US$ 1 trilhão. E teria "participações privadas".
Não houve detalhamento de como o governo atrairia os investidores, nem com quanto entraria inicialmente. Mas especula-se que seria oferecido aos investidores que comprarem os ativos "tóxicos" (que despencaram na crise e são de difícil avaliação) um "seguro" contra perdas. Caso o sistema se recupere no futuro, esses ativos podem até voltar a ser rentáveis. Os papéis "podres" são resultado de empréstimos mal feitos dos bancos. Foram eles que provocaram rombos bilionários no sistema, travaram o mercado de crédito e estão no centro da maior crise desde os anos 1930.
"O sistema financeiro está trabalhando contra a recuperação da economia ao mesmo tempo em que a recessão está colocando novas pressões sobre os bancos", disse Geithner. "Quero ser claro: nossa estratégia vai custar dinheiro, envolver riscos e levar tempo."
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