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Uma das pressões sobre a inflação é o feijão. Junto com o arroz, ele subiu 24,61% em 12 meses | Valterci Santos/ Gazeta do Povo
Uma das pressões sobre a inflação é o feijão. Junto com o arroz, ele subiu 24,61% em 12 meses| Foto: Valterci Santos/ Gazeta do Povo

A inflação percebida por famílias de baixa renda em novembro foi a mais forte em oito meses. Para um mês de novembro, o aumento de preços foi o mais forte em sete anos. As informações são do economista da Fundação Getúlio Vargas (FGV) André Braz. A fundação anunciou ontem o Índice de Preços ao Consumidor - Classe 1 (IPC-C1), que mede a inflação sentida por famílias com ganhos mensais entre 1 e 2,5 salários mínimos. De acordo com Braz, o IPC-C1 subiu 1,33% no mês passado, a taxa mais elevada desde março, quando subiu 1,40%.

"Cerca de 80% do resultado de novembro do IPC-C1 partiu do grupo alimentação, que avançou 2,62% no mês, após subir 1,72% no mês anterior", acrescentou o especialista. Entre os destaques que ajudaram a elevar a inflação dos alimentos no mês, estão os acréscimos nas variações de preços, de outubro para novembro, registrados em frutas (de -1,16% para 3,10%); açúcares (de 3,11% para 6,38%); carnes bovinas (de 3,25% para 9,92%) e carnes industrializadas (de 1,58% para 5,24%).

O técnico comentou que, no setor de alimentação, os aumentos de preços estão abrangendo tanto itens in natura como processados. "Dos 20 gêneros alimentícios pesquisados, 11 estão registrando aumento acima da inflação em 12 meses até novembro. O IPC-C1 acumula alta de 6,58% em 12 meses até novembro – e esses 11 gêneros estão subindo bem acima disso", comentou.

Entre os maiores destaques de elevação de preços em 12 meses estão as carnes bovinas, que acumulam alta de 28,21% no varejo. "Aumentos menos intensos, na margem, indicam que podem ocorrer desacelerações de preços em carne bovina. Mas isso não será de uma hora para outra; a evolução deste preço não é volátil. Se ocorrer desaceleração, vai ser forma gradual", afirmou.

Outros exemplos importantes de alta acumulada em 12 meses até novembro são os preços de arroz e feijão, que subiram 24,61% no período. Estes produtos já mostram queda de preços na margem, porém. Os preços de arroz e feijão saíram de uma alta de 5,94% em outubro para uma queda de 1,14% em novembro.

Na avaliação do técnico, entretanto, os preços de arroz e feijão podem até voltar a cair; mas não vão recuar na mesma magnitude da alta dos últimos meses. "Os preços dos alimentos, mesmo que desacelerem agora, ainda se posicionarão em um patamar mais elevado este ano do que em anos anteriores."

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