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Matéria-prima

Oferta de leite tem de ser incrementada

O leite é uma das principais matérias-primas da Senoble e o Paraná é o terceiro maior produtor nacional, com 3,81 bilhões de litros de leite produzidos em 2011, segundo a Secretaria Estadual de Agricultura e Abastecimento (Seab). A região dos Campos Gerais, que é sondada pela Senoble, concentra o maior índice de produtividade devido ao emprego da tecnologia no gado leiteiro. Em Castro, por exemplo, a produtividade média é de 10,9 litros por vaca ao dia.

Apesar dos índices, o leite cru consumido nos 328 laticínios instalados no Paraná não é suficiente para atender à demanda. A informação é do presidente do Sindileite do Paraná, Marco Antônio Galassini da Silva, que lembra que parte da demanda é atendida com leite comprado em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul. Para Silva, se houver um incremento na produção, o investimento da Senoble é bem-vindo. "Também somos favoráveis à vinda de uma indústria do porte da Senoble se ela vier com investimentos próprios ou com os mesmos incentivos que são dados às demais empresas do setor, para que seja justo", comenta.

Caso a multinacional escolha o Brasil para abrir a primeira fábrica, o setor de lácteos tende a ficar mais aquecido. Segundo levantamento da Associação Brasileira das Indústrias da Alimentação (Abia), os laticínios respondem pelo quarto lugar no ranking de alimentos e tiveram um faturamento de R$ 42,2 bilhões em 2012, 45% a mais que em 2009, quando o setor faturou R$ 29 bilhões.

300 milhões de euros

É o investimento mínimo estimado pela Senoble para a construção de uma fábrica na região dos Campos Gerais, no Paraná. A unidade pode gerar, pelo menos, 100 empregos diretos.

Após dois encontros com a presidência da Senoble, o prefeito de Ponta Grossa, nos Campos Gerais, Marcelo Rangel (MD), está convencido de que a indústria de lácteos francesa – que está entre as maiores do mundo – pode se instalar no município. O anúncio do empreendimento deve ser feito ainda neste semestre. O investimento estimado é de no mínimo 300 milhões de euros com a geração de, pelo menos, 100 empregos diretos.

A Senoble surgiu de um pequeno laticínio da cidadezinha de Jouy, no Norte da França. Administrada por dois irmãos, começou a ganhar mercado produzindo iogurtes para as marcas de grandes redes varejistas européias. Hoje, tem filiais na Espanha, Reino Unido, Portugal, Alemanha, Europa Central e Itália. Juntas, as plantas produzem 690 mil toneladas de produtos por ano e empregam cerca de 3,2 mil pessoas. O faturamento anual médio é de 1,8 bilhão de euros.

Para expandir as operações, a Senoble planeja abrir a primeira fábrica fora do território europeu. No fim de fevereiro, o presidente da multinacional, Marc Senoble, visitou o Paraná e se reuniu com representantes do governo estadual. Antes de partir para a França, visitou a prefeitura de Ponta Grossa. Em maio, o prefeito Rangel retribuiu a visita em Jouy. "Fiquei muito lisonjeado. É um investimento importantíssimo para Ponta Grossa e para o Paraná", comentou.

Concorrência?

O prefeito, no entanto, desconhece se a indústria sonda outros municípios paranaenses ou até mesmo outros estados. "Mas, pelas condições apresentadas a eles, temos muita chance de receber a Senoble", justifica. Segundo Rangel, o presidente do grupo frisou que procura um lugar com grande oferta de água e de leite, com boa logística e mão de obra qualificada.

A partir de julho, segundo ele, a multinacional vai começar uma pesquisa de mercado em Porto Alegre, Curitiba, Recife e São Paulo para conhecer o perfil do paladar brasileiro e adaptar a linha de produtos vendida hoje na Europa. São cerca de 1,5 mil produtos que vão de iogurtes e sobremesas geladas a queijos finos.

A assessoria de comunicação da Secretaria Estadual da Indústria, Comércio e Assuntos do Mercosul do Paraná confirmou apenas que a vinda da indústria para o estado está em negociação. Ponta Grossa seria a principal aposta.

O município é o segundo maior polo industrial do estado, atrás de Curitiba, e atraiu cerca de R$ 1 bilhão em projetos nos últimos anos. O mais recente investimento oficializado neste ano é a indústria de ração da Mars, que custará R$ 140 milhões e será inaugurada em 2015.

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