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Estudo e renda influenciam hábito

A estudante de direito Arielli Suckow, 20 anos, faz parte da fatia da população brasileira que acessa a internet ao menos uma vez por dia. "Entro na internet nos computadores da faculdade, trabalho e em casa", conta. A comunicação com outras pessoas é um dos principais motivos que a leva a gastar horas em frente ao computador. "Fiquei até 12 horas seguidas no MSN [programa de mensagens instanâneas]. Saía da frente do computador apenas para comer", diz a estudante.

Ela também é uma das 3,5 milhões de paranaenses que tem telefone celular para uso pessoal – o aparelho a acompanha desde que tinha 14 anos.

A pesquisa do IBGE mostrou que escolaridade e rendimento foram fatores que influenciaram na posse do telefone celular. O número médio de anos de estudo das pessoas que tinham o aparelho foi 9,2 anos, enquanto o das que não o possuíam 5,2 anos.

O vendedor de pacotes turísticos Moacir Lima, 50 anos, tem duas linhas de telefone celular – uma ele recebeu da empresa. Na outra, pelo sistema pré-pago, faz ligações pessoais, e gasta cerca de R$ 50 por mês. Há quatro meses ele adquiriu serviço de internet banda larga, e usa todos os dias. "Vejo mais sites de esporte e notícias", afirma.

Da Redação

A Região Metropolitana de Curitiba foi identificada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) como aquela onde a população mais utiliza a internet no Brasil. De acordo com a pesquisa "Acesso à internet e posse de telefone", divulgada ontem, 34,8% dos habitantes da capital paranaense e cidades vizinhas acessam a rede. O estudo do IBGE, com base em dados de 2005 da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), verificou também a parcela da população que tem telefone celular para uso pessoal, e mostrou que a RMC aparece em segundo lugar, com 52,4% dos habitantes.

A educação é o principal fator de interesse do internauta brasileiro. Segundo o estudo, 71,7% dos usuários disseram acessar a rede em busca de educação e aprendizado. O segundo assunto de maior interesse é a comunicação com outras pessoas, citada por 68,6%. O item inclui conversas em salas de bate-papo, ferramentas como Orkut, programas de mensagens instantânea, blogs e fotologs.

O lazer é o terceiro colocado, citado por 54,3%. A leitura de jornais e revistas aparece em seguida, com 46,9%. O estudo, o primeiro do tipo do IBGE, mostra que o internauta brasileiro é jovem e tem renda e grau de instrução elevados.

Em 2005, o país tinha 32,1 milhões de usuários de internet, o equivalente a 21% da população. A idade média das pessoas que acessam a rede era de 28,1 anos, e o número médio de anos de estudo, 10,7. A renda mensal per capita era R$ 1 mil.

Segundo o presidente da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), Plínio de Aguiar, a primeira barreira para o acesso à internet é a econômica. O governo estuda usar o Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações (Fust) para cobrir as despesas de acesso à rede em 200 mil escolas. A Anatel pretende aprovar no primeiro semestre um plano de acesso à rede discada em que as operadoras oferecerão um pacote de dez horas de navegação por R$ 7,50.

O uso da internet é mais freqüente entre os jovens. No grupo de 15 a 17 anos, 33,9% das pessoas acessaram a rede. A condição de estudante é fator de peso no acesso. Entre os estudantes, 35,9% usam a internet. Entre os que não são estudantes, o número cai para 16%.

É o caso da estudante Joana Rottgers Silva, 14, que usa a rede para fazer pesquisas escolares, conversar com amigos no Orkut e verificar os recados em seu fotolog. "Na maioria das vezes uso a rede como passatempo. Coloco fotos minhas, troco mensagens com amigos e baixo músicas. Consulto até mesmo o horário do ônibus pela internet", disse.

As mulheres acessam mais a rede do que os homens até os 25 anos. A partir daí, o porcentual de homens é maior. As mulheres acessam mais a partir de locais de ensino, e os homens preferem o local de trabalho e os centros de acesso pago. As mulheres navegam em busca de educação e aprendizado. Os homens, para fazer compras, buscar atividades de lazer e realizar transações bancárias.

Resistência

O perfil dos que não acessam a rede é composto por pessoas de 37,5 anos em média e 5,6 anos de estudo. O rendimento médio é de R$ 333.

A falta de acesso ao computador é a principal justificativa para os que não usam a rede, citada por 37,2%. Para 20,9% dos entrevistados, no entanto, a internet não é necessária ou não desperta a atenção.

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