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Zé Graça: piadas debochadas saíram do mundo do vídeogame ajudaram a arrebanhar milhares de fãs | Reprodução
Zé Graça: piadas debochadas saíram do mundo do vídeogame ajudaram a arrebanhar milhares de fãs| Foto: Reprodução

Anonimato gerou especulação de que Rafinha Bastos seria o "Zé"

Tanto segredo já provocou boatos na rede de que os vídeos do Zé Graça são feitos por comediantes famosos, como Fábio Rabin (stand up e VJ), Marcos Chiesa (o Bola, do Pânico) e até Marcos Mion – que já fazia no passado narrações engraçadas de videoclipes na MTV.

Mas nenhum boato pegou tanto quanto o de que Zé Graça é Rafinha Bastos, depois que o canal publicou uma entrevista com o apresentador que já tem mais de 500 mil visualizações. Há vídeos no YouTube que chegam a reverter o efeito de áudio para descobrir a voz original do Zé Graça e compará-la à voz do comediante de stand up que também faz sucesso na internet.

Rafinha, suspenso do programa "CQC", da Band, disse ter se encontrado com Zé Graça pessoalmente duas vezes depois de se interessar em ajudar o verdadeiro dono do canal a recuperar a audiência quando a segunda conta foi banida do YouTube. "Mas pelo amor de Deus, eu não sou o Rafinha Bastos", disse Zé Graça, que, claramente, não tem qualquer semelhança física, nem de voz, com o apresentador.

Os bordões criados por Zé Graça são reproduzidos pelos fãs. Expressões engraçadas e sempre gritadas, como "inacrebelievable", "mííííítico", "tunaado", "bisonho", "quiiié isso, jovem?!". São tantas palavras que há até o dicionário ‘zé graçal’ em seu site, que explica o significado delas.

O que começou em 2006 com uma vontade de fazer vídeos para comentar jogos de videogame virou um dos canais mais populares do YouTube – com mais de 37 milhões de visualizações. São centenas de filmes "míticos" que divertem os momentos "enfadonhos" da internet brasileira – dois dos bordões do Zé Graça, como é conhecido o personagem de voz esganiçada que narra vídeos do YouTube.

A comunidade oficial do Or­­kut – bastante ativa – reúne mais de 89 mil participantes. O canal "zegraca3" é o décimo terceiro perfil do YouTube brasileiro com maior número de inscritos. São mais de 146 mil usuários que recebem um aviso a cada novo vídeo publicado.

Zé Ninguém

O criador nunca quis sair do anonimato para manter parte da mística sobre o seu personagem de expressões marcantes, além de voz e risadas hilárias criadas por um efeito de edição de áudio. Ago­­ra, com planos de transformar o trabalho em algo menos caseiro e mais profissional, ele e sua equipe decidiram se expor um pouco mais.

Depois de troca de e-mails pelo endereço eletrônico disponível em seu site oficial, aceitaram se encontrar com a reportagem em um bar de São Paulo no mês passado. Mas só dariam a entrevista desde que a identidade não fosse revelada.

"Ninguém quer acreditar que eu não sou um cara famoso", disse, apesar da fama conquistada na web com vídeos como "Mario na fase do cogumelo do sol tunado" (origem do bordão "mostarda, ketchup, maionese" ao fim dos vídeos), "Trenzinho carreta bizarro", "Fuga alucinada", "Imi­­tações enfadonhas" e dezenas de outros vídeos com centenas de milhares de visualizações.

Censurado

E há muitos filmes. Desde que foi criado em março, o canal "zegraca3" fez o upload de mais de 330 vídeos. Mas o total já produzido é maior porque os outros dois canais anteriores ("zegraca" e "zegraca1") abrigavam cerca de outros 300 vídeos e foram banidos do YouTube depois de violar os termos do site mais de uma vez, embora as filmagens originais continuem hospedadas sem a narração do Zé Graça.

"Hoje, a gente recebe a primeira penalidade e já arranca", diz. Zé Graça conta que entrou em contato com o Google por e-mail e até foi ao escritório da empresa responsável pelo YouTube, mas não conseguiu recuperar os vídeos perdidos.

Vida própria

Os anúncios veiculados nos vídeos "só servem para pagar a conta da banda larga do site", disse. Por isso, Zé Graça vive agora o dilema comum a muitos outros quando ganham um nome notório na internet: como ganhar dinheiro com isso. E, ao mesmo tempo, manter o anonimato. A ideia é depender menos da audiência do YouTube e transformar o site em um portal de comédia.

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