Wall Street odeia Barack Obama. E muito, pelo que sabemos. Mas por quê? Há apenas três anos, ele era o candidato favorito de Wall Street. Após ser eleito, ele ajudou a resgatá-los. Ele evitou que o Congresso fosse atrás do pagamento deles. Ele rejeitou propostas para reformas radicais, como dividir os maiores bancos. Seria natural se Wall Street desse a Obama um grande bônus de Natal neste ano. Em vez disso, eles estão se mobilizando contra ele.
Existem diversas teorias sobre isso. Uma é a política: a administração forçou o projeto Dodd-Frank de reforma de regulamentação financeira, que afeta as ações proprietárias, a alavancagem e outras ferramentas usadas pelos bancos para elevar os lucros. Outra é a ideologia: Wall Street viu Obama como um socialista, buscando redistribuir seus ganhos suados aos preguiçosos e pobres. Uma terceira explicação é a psicologia: Obama claramente não respeita Wall Street. Portanto, Wall Street o odeia.
Todos esses motivos podem ser e provavelmente são parte da história. Mas agora há um colaborador muito mais concreto para essa antipatia. Talvez Wall Street odeie Obama porque Wall Street está indo muito mal e todos culpam o chefe quando a economia não vai bem. Os grandes bancos de investimento não estão quebrados eles permanecem, em sua maioria, empresas lucrativas. Mas não estão crescendo como há um ano ou até seis meses atrás e estão demitindo funcionários e cortando bônus à medida que os lucros caem.
Apenas seis meses atrás, os lucros do setor financeiro estavam voando alto. Bancos como Goldman Sachs não tinham mais o Lehman Brothers ou o Bear Stearns para competir. Menos concorrentes e a ampla ajuda do Tio Sam empurraram os lucros para cima.
Mas isso acabou. Na semana passada, o J.P. Morgan, considerado a mais saudável das grandes casas de investimentos, reportou que seus lucros no terceiro trimestre caíram 4%, mesmo após ter se beneficiado por uma alteração contábil. Analistas estão baixando suas estimativas para bancos como o Goldman Sachs, cujo lucro trimestral deve cair de US$ 10,71 bilhões a US$ 4,93 bilhões de um ano para outro.
E por quê? Em primeiro lugar, a economia acabou de se alinhar aos bancos. Os consumidores americanos não estão consumindo muito, o que significa que os negócios americanos não estão prosperando. Fusões e aquisições se desaceleraram em um momento em que as empresas preferem segurar seu dinheiro, ou gastá-lo para sobreviver. A enxurrada de ofertas públicas iniciais no setor de tecnologia acabou. A crise da dívida europeia e o impasse político de meses ao redor do problema estão pesando no mundo financeiro. Isso significa problemas para os resultados de bancos de investimento.
Neste mês, o Citi conduziu uma pesquisa com um grande número de investidores, perguntando para onde eles veem os mercados indo e os sentimentos atuais. A proporção que vê uma recessão triplicou desde julho, atingindo 30 por cento. Hoje, a maioria acredita que Obama perderá as próximas eleições. E aquilo que os investidores mais temem, mais do que a dívida e a moradia e a queda nos lucros? Erros de políticas do governo".
A antipatia com Obama, claro, não é nova. Muitos financistas já odiavam o presidente antes de seus lucros se voltarem ao sul, no tempo em que sua única reclamação era que Obama chamava-os de gatos gordos e queria regulamentá-los. Mas Wall Street passou de aparentemente cautelosa a fervorosamente contra. Parte disso pode ser apenas sua força renovada juntando-se à crescente fraqueza do presidente. Mas parte disso é porque Wall Street está, repentinamente, sofrendo um pouco e como muitos americanos, eles culpam o presidente.
Annie Lowrey escreve sobre economia para a Slate, onde este artigo foi originalmente publicado.
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