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Carlos Eduardo iniciou sua vida profissional no ramo automotivo, inserido na área de Processos, após ter concluído a graduação em Engenharia Mecânica. Sempre pesquisando melhores oportunidades, passou por várias empresas do mesmo segmento. Em um período de oito anos, esteve em quatro organizações, ocupando cargos de supervisão. Dedicado na busca de novas habilidades técnicas, fez cursos de especialização, realizou viagens internacionais para os grupos com os quais atuou e aprimorou seus conhecimentos em relação a novas tecnologias do setor.

Após nove anos no mercado de trabalho, Carlos Eduardo chegou a uma posição de gerência. Embora tivesse conquistado um posto muito desejado, o profissional não se acomodou na empresa. Pelo contrário: nos anos seguintes à sua promoção, continuou migrando para outras organizações – para outras sete, na verdade.

Em sua trajetória, realizou melhorias, até de natureza mais complexa. Entretanto, após um curto período naqueles grupos, Carlos Eduardo se desligava e procurava um novo desafio. Algumas vezes, sua saída era determinada por sua insatisfação pessoal; outras, por uma demissão involuntária. O fato em comum é que o desligamento sempre acontecia em momentos de reestruturações. Ou seja, quando havia uma alteração na diretoria ou quando o gestor precisava assumir funções diferentes das que estava habituado a exercer.

Carlos Eduardo demonstrava dificuldade em lidar com o processo de mudança. Era pouco flexível e não conseguia considerar os fatos, bem como as necessidades da organização, sob o ponto de vista dos outros, fossem estes subordinados ou superiores. O profissional relutava em definir estratégias de negociação mais adequadas para tratar determinadas situações, pois se prendia a manuais e normas preestabelecidas. Todas as vezes em que precisava improvisar ou mudar de rumo em uma transação, por exemplo, saía-se mal e perdia a eloqüência e a objetividade.

Esse ciclo se repetiu em todas as empresas onde Carlos Eduardo trabalhou. Sempre que era confrontado com uma mudança ou circunstância fora do trivial, ele repetia a atitude descrita. Logo em seguida, era desligado da organização ou pedia demissão por conta própria.

Hoje, aos 50 anos de idade, com um currículo recheado de especializações, fluência em inglês e francês, Carlos Eduardo está desempregado. O mercado não o considera promissor porque, mesmo com experiência em diversos grupos de renome, ele não consegue administrar os períodos de mudança, tão presentes na rotina de nossas empresas.

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A história de hoje nos ensina que o conhecimento técnico não é suficiente para chegar aos resultados desejados. Existem aspectos comportamentais que são imprescindíveis para uma carreira de sucesso, independentemente do nível hierárquico em questão. As empresas não vêem com bons olhos aqueles que têm dificuldade para lidar com posicionamentos díspares dos seus. A falta de flexibilidade e de habilidade para se comunicar ou negociar é fator decisivo para manter uma pessoa longe do mercado de trabalho.

Por isso, neste final de ano, recomendo que os profissionais façam uma auto-análise, identifiquem quais os pontos de sua personalidade que precisam ser melhorados e se disponham a enfrentar ou promover no próprio perfil as mudanças necessárias. Assim, iniciarão 2006 com a certeza de que o mercado não irá recusá-los por detalhes comportamentais.

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SAIBA MAIS...

Padarias Artesanais

Desde 2001, o Banco Santander Banespa apóia o programa Padarias Artesanais, promovido pelo Fundo Social de Solidariedade do Estado de São Paulo (Fussesp), em virtude do qual já doou 2.520 kits de panificação a comunidades carentes de 645 municípios paulistas. O objetivo do projeto é formar mão-de-obra especializada em panificação, colaborar com a geração de renda e emprego e com a melhoria da alimentação das pessoas dessas comunidades.

Os kits ofertados pelo banco, compostos de forno a gás, botijão, batedeira, liquidificador, balança mecânica e assadeiras de alumínio, já beneficiaram escolas estaduais, unidades da Fundação Estadual do Bem-Estar do Menor (Febem), presídios que mantêm atividades profissionalizantes, entidades assistenciais e conjuntos habitacionais populares.

Além disso, o Santander Banespa contribuiu com a reforma da cozinha industrial do Fussesp e ampara seu Programa de Capacitação de Agentes Multiplicadores para a produção de pães, o qual já formou mais de 19 mil padeiros.

Bernt Entschev é presidente do Grupo De Bernt. Empresário com mais de 36 anos de experiência junto a empresas nacionais e internacionais. Fundador e presidente do grupo De Bernt, formado pelas empresas: De Bernt Entschev Human Capital, AIMS International Management Search e RH Center Gestão de Pessoas. Foi presidente da Manasa, empresa paranaense do segmento madeireiro de capital aberto, no período de 1991 a 1992, e executivo da Souza Cruz, no período de 1974 a 1986

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