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Aos 54 anos, a assistente administrativa Vera Kogin deixou a aposentadoria de lado para voltar a trabalhar. Após passar quatro anos longe do mercado, ela decidiu dar uma nova guinada e retomar sua carreira. Hoje, aos 57, ela faz parte do Melhor Idade, Melhor Emprego (MIME), uma iniciativa da Votorantim Curitiba para reintroduzir profissionais mais velhos no mercado de trabalho.

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No entanto, projetos como esse ainda são exceção e o que temos é um número crescente de idosos que buscam um reposicionamento, mas sem o devido preparo. “Nunca tinha visto tanta gente sendo demitida tão perto da aposentadoria”, conta a coordenadora do Opet Placement, Dâmaris Cristo. Para ela, muitos desses profissionais estavam há anos dentro de uma única empresa e essa “estabilidade” fez com que ele ficassem desatualizados e despreparados para buscar um novo emprego.

“A população brasileira está envelhecendo e a pirâmide etária se invertendo”, explica a coordenadora do FAE Sênior, Denise Machado. “Essa é uma questão que preocupa a todos, não apenas por questão de educação e saúde, mas também de infraestrutura para comportar esses profissionais e oferecer oportunidades”. Para ela, essa realidade está fazendo com que as pessoas não queiram se entregar à ociosidade da aposentadoria, preferindo voltar ao mercado.

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Diante desse cenário, algumas universidades estão criando cursos voltados a esse público. De acordo com Machado, há uma demanda reprimida por esse tipo de serviço e projetos desse tipo ajudam a dar mais espaço para esses profissionais. Com alunos acima dos 60 anos, o programa da FAE ajuda nesse processo de atualização do conhecimento com aulas de informática e inglês, além de empreendedorismo e publicidade.

No caso da Opet, embora ainda não haja nenhum curso voltado à terceira idade, há outras iniciativas de acompanhamento de carreira. “Idosos são pessoas com uma facilidade muito grande de relacionamento e comunicação, então estamos trabalhando com a criação de redes de contato”, explica Cristo. “Estamos iniciando um processo de levantamento de dados para poder oferecer algo que seja relevante. Vamos ter algumas estratégias e ações pontuais para beneficiar esse público”.

Prata da casa

Apesar de muitos idosos acreditarem que os anos a mais podem ser um problema na hora de arranjar um novo emprego, especialistas dizem que essa carga pode ser, na verdade, um diferencial. “É importante lembrar que a idade é um número e ele pode ser usado de forma positiva ou não. É algo que vai depender de como a pessoa se vê”, realça a coordenadora do Opet Placement. Para ela, é comum que muitos profissionais mais velhos vão a entrevistas com uma postura derrotista, se achando obsoletos — o que é um erro.

A responsável pelo núcleo de empregabilidade da FAE, Elaine Pacheco, diz que é importante que o profissional use essa característica a seu favor. “O mercado aceita quem tem mais experiência. Ele absorve esses trabalhadores mais velhos por sua maturidade e por acreditar que eles têm mais vontade de trazer resultados”, explica.

Dâmaris Cristo é um pouco menos otimista, mas não descarta a importância dessa mão de obra. “Temos de encarar a realidade: o mercado está recessivo. Há cinco anos, existia um movimento maior de contratação de idosos, mas que foi afetado pela crise. Ainda assim, ela vai passar e esse profissional vai ser requisitado”.

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Idade é diferencial para um mercado de olho em experiência

Apesar de muitos idosos acreditarem que os anos a mais podem ser um problema na hora de arranjar um novo emprego, especialistas dizem que essa carga pode ser, na verdade, um diferencial. “É importante lembrar que a idade é um número e ele pode ser usado de forma positiva ou negativa. É algo que vai depender de como a pessoa se vê”, diz Dâmaris Cristo, coordenadora do Opet Placement. Para ela, é comum que profissionais mais velhos cheguem às entrevistas com uma postura derrotista, se achando obsoletos — o que é um erro.

A responsável pelo núcleo de empregabilidade da FAE, Elaine Pacheco, diz que é importante que o profissional use essa característica a seu favor. “O mercado aceita quem tem mais experiência. Ele absorve esses trabalhadores mais velhos por sua maturidade e por acreditar que eles têm mais vontade de trazer resultados”, explica.

Dâmaris Cristo é um pouco menos otimista, mas não descarta a importância dessa mão de obra. “Temos de encarar a realidade: o mercado está recessivo”, diz.