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As ações se recuperaram das quedas de outubro e lideraram com folga o ranking das aplicações de novembro. O Índice da Bolsa de Valores de São Paulo (Ibovespa) fechou o mês com alta de 5,71%, contra queda de 4,4% em outubro. Os Índices "Tag Along" e de Governança Corporativa, também da Bovespa, tiveram desempenho ainda melhor em novembro. Os indicadores, que reúnem ações de empresas de administração diferenciada, subiram 9,77% e 8,49%, respectivamente.

Os fundos de ações da Petrobras e da Vale do Rio Doce, com recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), continuaram com desempenho bastante satisfatório. De acordo com dados da Associação Nacional dos Bancos de Investimentos (Anbid), esses dois fundos contabilizavam alta de 6,17% e 6,41%, respectivamente, até o dia 24 de novembro. O fundo Papéis do Índice Brasil Bovespa (PIBB) registravam alta ainda maior até a mesma data, com 6,65%.

Quase todos os investimentos tiveram rentabilidade superior à inflação em novembro. O IGP-M do período ficou em 0,40%. Considerando essa taxa de inflação, até mesmo a tradicionalíssima caderneta de poupança teve rendimento real. Em novembro, as cadernetas tiveram rentabilidade média de 0,71%.

Os investimentos em fundos de renda fixa e DI também ganharam da inflação, embora tenham tido desempenho bem mais modesto em relação às ações. Em média, os fundos de DI (juros pós-fixados) tiveram rentabilidade bruta de 1,41% em novembro. Os fundos de renda fixa (juros prefixados) subiram 1,44%, em média. O Certificado de Depósito Bancário (CDB), para grandes investidores, subiu 1,49%.

Se enganou quem apostou que as compras de dólares retomadas pelo Banco Central fariam a moeda americana subir. O dólar caiu 2% em novembro e foi a pior aplicação financeira do período. Os analistas não aconselham a compra de dólares a título de investimentos, mas admitem que esse é um bom momento para quitar dívidas em dólar.

- O mercado de ações teve um desempenho positivo em novembro devido a três fatores. Um deles foi a perspectiva de queda de juros, que se reforça em dezembro. Os outros dois foram o cenário internacional tranqüilo e a menor preocupação com a crise política interna - disse Nicolas Balafas, consultor de investimentos da Planner Corretora.

Segundo o consultor, a tendência ainda é positiva para as ações em dezembro. A queda de 1,2% do Produto Interno Bruto (PIB) no terceiro trimestre, segundo ele, aumentou as chances de uma queda mais agressiva dos juros básicos da economia. Com isso, a Bovespa deve reagir com alta. A principal variável, que deverá manter o investidor alerta, ainda é o cenário político.

- O ministro Antonio Palocci (Fazenda) está enfraquecido, principalmente depois dos números do PIB. Será necessário manter a cautela com o cenário político em dezembro - disse.

Para quem não gosta do risco das aplicações de renda variável, como as ações, a saída é mesmo os investimentos mais tradicionais. Os fundos de renda fixa aplicam em títulos prefixados de emissão do governo. Esse tipo de aplicação é recomendada para períodos em que os juros da economia estão em baixa, pois as taxas da aplicação são fixas. Os fundos DI acompanham a taxa Selic e tendem a ter sua rentabilidade diminuída se a taxa básica for reduzida. Os fundos de DI são mais indicados para períodos de juros ascendentes.

Na Bovespa, uma opção que se mostra promissora são as ações de governança corporativa, um ramo que está em crescimento na bolsa. O ITAG, Índice de Tag Along, reúne ações de empresas que se comprometem a dar maior atenção aos sócios minoritários (puramente investidores). Para ingressar nesse índice, a empresa tem de garantir que, em caso de venda do controle acionário, o pagamento aos minoritários será maior que o estipulado pela lei. Atualmente, o minoritário deve receber pelo menos 80% do valor pago ao majoritário.

O Índice de Governança Corporativa (IGC) reúne ações de empresas comprometidas com essa e outras regras de transparência e tratamento diferenciado ao investidor. O último degrau desse segmento é o chamado "Novo Mercado". Neste ano, a maioria das empresas que ingressaram na bolsa preferiram entrar diretamente no Novo Mercado, onde são negociadas apenas ações ordinárias (com direito a voto) e o acionista minoritário é tratado com maior atenção.

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