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Muitos profissionais confundem a autoridade com o autoritarismo. A autoridade de uma pessoa, enquanto respeito em relação às suas idéias, palavras e ações, lhe é dada ou conferida pelo outro. Alguém adquire autoridade - direito ou poder - de assumir projetos, cargos e missões quando lhe é outorgado.

A autoridade é atribuída, e nesse sentido, é externa à pessoa. Segundo o Houaiss, é "uma superioridade derivada de um status que faz com que alguém ou algo tenha esse direito ou poder". A autoridade é conquistada. E isso é bem diferente de autoritarismo.

Um profissional pode ser autoridade em determinado assunto e isso não necessariamente está ligado a diplomas, mas necessariamente implica no reconhecimento público desse conhecimento. Alguns misturam o papel (persona) do cargo com a real autoridade. Pode-se ter o respeito pelo cargo de alguém como representação social e nenhum respeito pela capacidade da pessoa ocupar o cargo.

Nas empresas é comum verificar que certos profissionais usurpam seu cargo pelo autoritarismo e não usufruem autoridade. Cegos, acreditam que detém poder - e até relativamente o tem -, mas tende a não perdurar. Agem com autoritarismo e arrogância e não tem sensibilidade para o outro, aquele que está ao seu lado e que lhe permite ou não brilhar, aquele que faz o operacional, "carrega o piano", estende o período após a horário para atender às suas necessidades e sequer escutam obrigado.

Curiosamente alguns acreditam que são democráticos e iludem-se ao imaginar que compartilham a gestão, delegam tarefas ou confiam nos terceiros. Lançam temas para discussão da equipe, mas só eles dominam a palavra. Têm sempre razão e não sabem escutar. Não fazem concessões, embora peçam sugestões e idéias. Em geral são exigentes consigo mesmo.

Entre a autoridade e o autoritarismo há uma longa estrada de autoconhecimento, sensibilidade, percepção e objetivos, sobretudo uma diferença essencial na postura e na atitude diante da vida. A essas pessoas é necessário o desenvolvimento de sensibilidade. O autoritarismo torna o ambiente de trabalho pesado e desagradável. Os colegas se sentem inseguros pela reação, muitas vezes inesperada, do "autoritário". O autoritarismo conduz ao comportamento arbitrário, opressivo, prepotente, tirânico. Desmotiva, desestimula gerando desconfiança, temor e receio.

Vale a pena refletir seu estilo de liderança, pois é muito comum o profissional acreditar que é democrático e aberto e ser visto pela equipe como altamente autoritário.

Maria Christina de Andrade Vieira, empresária e escritora, autora de Herança (Ed.Senac-SP), Cotidiano e Ética: crônicas da vida empresarial (ed. Senac-SP).chris@onda.com.brwww.andradevieira.com.br

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