A cada ano estudado, o brasileiro ganha 15% a mais de salário. Essa é a conclusão da pesquisa Você e o Mercado de Trabalho, da Fundação Getúlio Vargas (FGV), divulgada nesta quinta-feira (9) no Rio de Janeiro, com base nos dados da última Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), do IBGE.

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Os números mudam relativamente dependendo da etapa escolar. De acordo com o pesquisador Marcelo Neri, uma pessoa que nunca estudou tem, em média, uma taxa de ocupação no mercado de trabalho de 59%. Os dados apontam para 90% para pessoas com 18 anos de estudo, que inclui trabalhadores com mestrado e doutorado.

Nessas mesmas condições, a média salarial sobe de R$ 392,14 para R$ 4.454,69, apesar de as jornadas de trabalho serem parecidas. São 37,8 horas para quem não teve estudo e 38,06 horas para alguém que passou 18 anos estudando.

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Aumento ciclo a ciclo

Na pesquisa, Neri mostra ainda que quem completou o ensino fundamental tem 35% a mais de chances de ocupação que um analfabeto; o número sobe para 122% na comparação com alguém que tenha o ensino médio, 387% com ensino superior e 522% para quem tem pós-graduação.

Ainda de acordo com a pesquisa, uma pessoa com pós-graduação tem o salário até 544% maior que alguém que nunca estudou. Para ele, isso se deve ao aumento da demanda de mão-de-obra qualificada nas empresas.

"Hoje em dia, o salário de uma pessoa com 16 anos de estudo, se comparado a outra com 15, aumenta 47% e a ocupação, 1,2%", exemplifica o economista, comparando o trabalhador que completou o ensino superior com um que está no primeiro ano de uma pós-graduação.

Jovem médico ganha mais

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A pesquisa mostra ainda que a profissão mais lucrativa para jovens entre 22 e 29 anos é a de médico, com uma média de salário de R$ 3.264.

Em termos de horas trabalhadas, no entanto, os médicos ficam em terceiro lugar, com 51,57 horas semanais, contra 51,88 dos trabalhadores no setor de navegação, líder do ranking, e 51,73, segundo lugar, ocupado por condutores de veículos sobre rodas.

DF paga mais a jovens

De acordo com a pesquisa, o Distrito Federal é o lugar em que o jovem ganha mais. Lá, são pagos cerca de R$ 10,70 por hora trabalhada. A média cai para R$ 6,50 em São Paulo, e a R$ 6,25 no Rio.