Depois da Operação Carne Fraca, BRF força funcionários a escolher entre a carreira pública ou privada como medida para evitar conflito de interesses.| Foto: Reprodução/BRF

Envolvida recentemente na Operação Carne Fraca, a Brasil Foods SA (BRF) adotou uma medida pra reforçar suas estruturas de compliance e governança: os funcionários da empresa que recentemente passaram a ocupar também cargos públicos – eletivos ou comissionados – estão sendo “convidados” a escolher entre uma das duas carreiras, a pública ou a privada.

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Em nota, a empresa informou que os profissionais que escolheram seguir na vida pública estão sendo desligados da companhia. O objetivo da medida é “evitar eventuais conflitos de interesse, tanto para a empresa quanto para os trabalhadores” . A companhia diz ainda que “reitera seu compromisso com a transparência e a ética nos negócios e trabalha para contribuir com o fortalecimento das instituições brasileiras”.

No Meio-Oeste de Santa Catarina, na cidade de Capinzal, a empresa desligou dois funcionários de longa data que são vereadores do município e decidiram permanecer no cargo público, segundo informou um site de notícias da região. Eleitos em 2016, Carlos Zocoli (PSDB) estava há cerca de 32 anos na companhia, enquanto Valmor de Vargas (PPS) fazia parte do quadro de funcionários há quase 25 anos. A mesma postura foi mantida no caso de outros funcionários que também ocupam cargo de vereadores em municípios vizinhos.

De acordo com a empresa, a medida vale para todos os funcionários da companhia no país.

Efeito “Carne Fraca”

A medida que, segundo a empresa visa reforçar as estruturas de compliance da companhia, veio pouco mais de um mês após as descobertas da Operação Carne Fraca, deflagrada no dia 17 de abril.

Na ocasião, a Polícia Federal descobriu que funcionários da BRF acessavam, de dentro do Ministério da Agricultura, sistemas de emissão de certificados que atestam a qualidade de produtos.

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Como parte da operação, o gerente de Relações Institucionais e Governamentais da Brasil Foods (BRF S/A), Roney Nogueira dos Santos, foi preso acusado de influenciar a escolha e substituição de fiscais para as unidades da empresa, além de conseguir a liberação de unidades às vésperas de serem interditadas.