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O chefe do Departamento de Combate a Ilícitos Financeiros e Supervisão de Câmbio e Capitais Internacionais (Decic) do Banco Central, Ricardo Liao, comparou nesta quarta-feira as investigações em torno do esquema PC Farias com os dados levantados até agora pela CPI dos Correios, envolvendo o empresário Marcos Valério. Segundo ele, nos dois casos há dinheiro de campanha sendo revertido para algumas pessoas. Na época do PC, acrescentou Liao, os recursos passavam por contas fantasmas, agora só foram usadas contas de agências de publicidade.

- Mudando a data-base não há muita diferença - disse Liao, comparando os dois episódios.

Ele explicou que a CPI do PC Farias apurou envios de recursos ao exterior e evidências de contas fantasmas. Em outros episódios também investigados em CPIs, os esquemas financeiros evoluíram para "laranjas". Hoje, segundo ele, as investigações preliminares da CPI dos Correios apontam não para contas fantasmas, como antigamente, mas para empresas que funcionam como "testas-de-ferro" e são formalmente legais.

Ricardo Liao afirmou que mudanças podem ser feitas na parte de fiscalização e monitoramento de operações financeiras. Na semana passada, o presidente do BC, Henrique Meirelles, e o presidente das CPI dos Correios, senador Delcidio Amaral (PT-MS), disseram que o governo vai começar a fazer estudos para melhorar o sistema de fiscalização. Liao disse que poderiam ser detalhados os saques em espécie feitos, por exemplo, no Banco Rural e mostrados até agora pela CPI.

- Em alguns saques em espécie aparecem movimentações de R$ 100 mil. Na verdade, podem ter ocorrido saques em parcelas de R$ 10 mil, R$ 20mil , R$ 15 mil - disse Liao, que participou de um seminário na Associação Brasileira de Bancos Estaduais e Regionais (Asbace).

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