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A nova comissão interventora da Viação Aérea São Paulo SA (Vasp), que assumiu a função na semana passada, pretende retomar os vôos em um prazo de 60 dias. Segundo o presidente da comissão, Raul Levino de Medeiros Filho, os três novos interventores estão analisando a situação da empresa e, em breve, deverão iniciar o encaminhamento de soluções para a crise.

- A primeira providência é fazer com que a empresa volte a voar, para que tenhamos condições de gerar receita e fazer frente aos compromissos de curto prazo - afirmou Raul Levino de Medeiros Filho, engenheiro indicado pela Justiça do Trabalho para integrar a comissão.

Medeiros Filho acrescentou que, se a nova comissão atingir tal meta, cumprirá o objetivo maior. De acordo com ele, a segunda fase será de renegociação das dívidas e programação de pagamentos. Uma das metas do projeto de reorganização da empresa é recuperar bens e contas bloqueados e créditos do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), destacou Raul Levino. Para ele, a situação que a Vasp enfrenta é muito semelhante à da Varig, empresa em que trabalhou durante 30 anos.

Outro integrante da comissão, o economista e administrador de empresas João Lozasso, disse que o objetivo da equipe é "zerar as dívidas da empresa (Vasp) até o fim do ano". Atualmente, o valor estimado é de R$ 9 bilhões, informou. Segundo Lozasso, que foi indicado pelo Ministério Público do Trabalho, a nova comissão atuará até março de 2006, mas o prazo pode ser estendido por determinação judicial.

De acordo com o ex-interventor Reginaldo Alves de Souza, o trabalho da antiga comissão, que ficou dois meses no comando, foi muito positivo.

- Conseguimos resgatar equipamentos no valor aproximado de R$ 8 milhões e assinamos o pedido de recuperação da empresa. Uma empresa do porte da Vasp jamais deve parar suas atividades - disse ele.

Apesar de deixar de ser interino, ele observou que ainda faz parte da comissão titular e vai continuar trabalhando no caso, agora como diretor do Departamento Jurídico do Sindicato dos Aeroviários.

A nova comissão, composta ainda por Roberto Carvalho de Castro, indicado pelo acionista majoritário da empresa, Wagner Canhedo Azevedo, assumiu a função no dia 27 no Tribunal Regional do Trabalho (TRT). Os membros foram nomeados pelo juiz Homero Batista Mateus da Silva, titular da 14º Vara do Trabalho de São Paulo.

A liminar concedida pela 14ª Vara do Trabalho em maio decretou a intervenção na Vasp e tornou indisponíveis os bens dos réus em Ação Civil Pública movida pelo Ministério Público do Trabalho, pelo Sindicato Nacional dos Aeronautas e pelo Sindicato dos Aeroviários no Estado de São Paulo.

Ainda em maio, o empresário Wagner Canhedo Azevedo, sócio majoritário da empresa aérea, e representantes do Ministério Público do Trabalho, do Sindicato Nacional dos Aeronautas e do Sindicato dos Aeroviários no Estado de São Paulo firmaram um acordo na 14ª Vara. Pelos termos do acordo, a Vasp deveria apresentar até o 31 de maio uma carta de fiança bancária no valor de R$ 40 milhões. No dia 3 de junho, a empresa também deveria ter quitado a folha de pagamento, além dos recolhimentos previdenciários e fiscais em atraso. Em virtude do descumprimento do acordo, o Ministério Público do Trabalho pediu sua execução e o juiz titular da 14ª Vara do Trabalho de São Paulo determinou o bloqueio dos ativos financeiros e a penhora de imóveis, móveis e créditos da Vasp e de seus controladores, até o limite de R$ 75 milhões.

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