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A velocidade da comunicação via internet é fantástica e, ao mesmo tempo, atemoriza pelos novos hábitos em relação ao imediatismo e à instantaneidade.

O e-mail, a nova forma de comunicação entre pessoas e empresas, traz uma certa informalidade compatível com os dias de hoje, além da facilidade e da agilidade. Sem que nos demos conta, esse tempo real provoca um nível de exigência em relação ao tempo de resposta que chega a ser cruel.

As regras de etiqueta on-line ensinam que o tempo de resposta de um e-mail pode ser até de três dias em função da solicitação. Ora, todos se acostumam a receber retornos no mesmo dia, quando não pelo messenger ou equivalente no mesmo momento.

Para o cotidiano das empresas e a vida dos executivos essa agilidade torna-se quase um massacre. É comum alguém enviar um e-mail e ligar de imediato para saber a resposta, não importando se a outra pessoa está em reunião, fazendo outras coisas ou em horário e almoço! Isso revela o grau de ansiedade que os executivos estão atingindo; sequer se dão conta de suas próprias exigências inexeqüíveis.

O estresse vai às alturas enquanto a tensão convive com a ansiedade diária, inibindo a produtividade por outros aspectos. Ora, se o e-mail e suas variações contribuiu para o aumento da produtividade, nem por isso deve escravizar o tempo de cada um.

A média de e-mails recebidos por cada profissional aumenta a cada dia incluindo os spams indesejáveis. Com isso, provocados pela neura de "limpar" a caixa de entrada, cada vez mais as pessoas respondem com agilidade para se verem "livres" e evitar o acúmulo no dia seguinte. De nada adianta porque recebem respostas imediatas! Ou, como em certos casos, torna-se impossível dar conta de responder... um profissional que recebe mais de 100 e-mails dia, ou responde e-mails ou faz outras atividades; sem esquecer das reuniões, nem sempre ágeis ou produtivas.

Uma análise do consumo do tempo diante da excessiva comunicação interna (informação, telefone fixo e celular, e-mail, intranet, Messenger, etc.) se faz necessária nas empresas, além de se refletir o impacto no estresse individual por essa " cobrança" de resposta instantânea.

Não é difícil perceber a intensidade da exaustão com que trabalham os profissionais pressionados pelo enxugamento de funcionários, excesso de solicitações, necessidade de cumprir metas, manter-se atualizado entre outras.

Maria Christina de Andrade Vieira, empresária, palestrante e escritora, autora de Herança e Cotidiano e Ética: novas crônicas da vida empresarial (2001-2005) (Ambos Ed. Senac-SP).chris@onda.com.br www.andradevieira.com.br

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