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Alaor é um gerente razoável, que preza a segurança e a estabilidade no emprego. Casado e com dois filhos pequenos, ele não busca a ascensão profissional, mas a permanência na empresa e a garantia do contracheque. A organização não vê com maus olhos essa característica comportamental do gerente, pois ele executa as tarefas que lhe solicitam de forma aceitável, sem aspirar a recompensa maior que o salário mensal.

Embora a postura de Alaor não atrapalhe o processo e os resultados operacionais da empresa, também não ajuda a fomentar crescimento ou melhoria no clima organizacional. Todavia, o gerente possui outra característica marcante, que o torna inconveniente perante os colegas de seu departamento. Alaor não consegue assumir a responsabilidade de seus atos, encontrando sempre culpados para justificar suas eventuais falhas ou prazos não cumpridos.

Ele costuma bradar aos quatro ventos que a companhia não lhe fornece as ferramentas necessárias para executar com maestria suas funções. Reclama, com freqüência, dos superiores, dizendo que eles não motivam as equipes. Queixa-se dos subordinados, pois acredita que eles não se comprometem com as tarefas e com os resultados esperados. E ainda se sente menosprezado pelos colegas que não o convidam a participar das reuniões informais que realizam em restaurantes após o expediente.

Todas essas justificativas ajudam Alaor a dormir melhor à noite, pois sempre que visualiza um processo inacabado, lembra logo que a conclusão deste depende de uma segunda ou terceira pessoa. Jamais acha que sua postura omissa tem algo a ver com o fato.

O gerente acredita que é uma vítima da organização, do sistema, do contexto. Ao chegar em casa, todos os dias descreve à mulher suas agruras, suas dificuldades para sobressair entre os demais, a falta de apoio dos superiores, dos colegas, subordinados, etc. E a narrativa é feita com tanta verdade e emoção, que não deixa dúvidas, a nenhum ouvinte mais experiente, de que Alaor é injustiçado.

Mas, para aqueles que convivem com ele no ambiente de trabalho, a postura defensiva de Alaor é o fator causador das intrigas e desafetos que o cercam. Ao final de cada mês, Alaor submete sua equipe a um ritual desconcertante, no qual reúne todos em sua sala e aponta o dedo para aqueles que tiveram um desempenho aquém do exigido. Certo dia, ao chegar a seu escritório, outro gerente o aguardava. Ao questionar como poderia ajudá-lo, Alaor ouviu do colega as mesmas lamúrias que ele próprio costumava fazer diariamente. O outro gerente também acreditava que era perseguido por todos e que jamais tivera culpa pelas metas não cumpridas.

Enquanto o companheiro narrava suas dificuldades, Alaor sentiu como se estivesse diante de um espelho. Nele pôde ver refletida a imagem patética de um profissional covarde, que se escondia atrás dos erros alheios para justificar sua própria incompetência.

É mais fácil culpar o mundo por nossos fracassos do que assumir fraquezas e incapacidades pessoais. Porém, se o profissional admite essa postura mais cômoda e a mantém ao longo de sua vida, jamais poderá ser bem-sucedido na carreira, pois a negação da culpa e das responsabilidades embutidas no cargo torna a conclusão das tarefas um processo difícil e distante.

O profissional se acomoda como vítima e não vincula o direcionamento de sua carreira ao seu desempenho pessoal. Portanto, por mais desconfortável que seja, avalie se sua postura tem sido consciente e se a responsabilidade por suas falhas não está sendo transferida para outro colega, subordinado ou chefe. Assumindo sua parcela de culpa, você garante respeito próprio e conquista maturidade profissional.

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Cultura e meio ambiente

Na última terça-feira, a ONG Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem e Educação Ambiental (SPVS) e a filial brasileira da fabricante de cigarros Philip Morris firmaram uma parceria para possibilitar a implantação de um projeto de conservação na Ilha do Superagüi, situada na região de Guaraqueçaba (PR).

O projeto prevê a realização de atividades que têm como objetivo preservar a fauna e a flora do lugar – em especial o papagaio-de-cara-roxa, hoje ameaçado de extinção – e fomentar a cultura local. Seriam elas: a criação de um jornal voltado para os moradores, destacando iniciativas ecologicamente corretas adotadas por eles, a manutenção do apoio ao grupo de teatro da comunidade, que apresenta temas voltados à educação ambiental, e a criação de cursos destinados a quem deseja ser guia de ecoturismo, que ensinariam a identificar espécies na mata e planejar trilhas ecológicas. A doação da Philip Morris ao projeto foi de R$ 60 mil.

Bernt Entschev é presidente do Grupo De Bernt. Empresário com mais de 36 anos de experiência junto a empresas nacionais e internacionais. Fundador e presidente do grupo De Bernt, formado pelas empresas: De Bernt Entschev Human Capital, AIMS International Management Search e RH Center Gestão de Pessoas. Foi presidente da Manasa, empresa paranaense do segmento madeireiro de capital aberto, no período de 1991 a 1992, e executivo da Souza Cruz, no período de 1974 a 1986.

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