• Carregando...
Crescimento de escolaridade e renda |
Crescimento de escolaridade e renda| Foto:

Levantamento traça mapa de oportunidades no país

Embora o estudo da Ernst & Young e da FGV Projetos não tenha abordado diretamente o tema do mercado de trabalho e negócios, mostra um cenário de grandes oportunidades ao mapear o crescimento do consumo no Brasil. De acordo com o levantamento, em valores absolutos, o mercado consumidor brasileiro passará de R$ 1,41 trilhão em 2007 para R$ 3,30 trilhões em 2030 – um incremento de R$ 1,89 trilhão em 23 anos.

"As empresas que atuam ou pretendem atuar no mercado brasileiro têm de se almoldar a um horizonte de negócios em transformação. Esse dinamismo se expressa em uma taxa de crescimento médio do mercado consumidor de 3,8% até 2030", afirma o trabalho. Com base na expansão do consumo, a FGV traçou um "mapa de oportunidades" no país, com a participação que diversas atividades terão no mercado nos próximos 20 anos (veja quadro ao lado). "Este quadro dá o que a gente chama de novo mercado. É um mercado que vai ser disputado pelas empresas já instaladas e por aquelas que vão surgir. São oportunidades que não existem ainda, mas que vão surgir", diz o professor da FGV Projetos, Fernando Garcia.

Estas oportunidades, explica ele, servem para balizar tanto as estratégias de empresas (grandes, médias e pequenas) como da própria população, que pode se preparar para atuar em diversos segmentos da economia. O estudo mostra, por exemplo, que o aumento de renda da população será decisivo para redefinir o mercado de alimentos. O consumo de alimentos in natura deve, vai representar apenas 1,2% deste incremento de R$ 1,89 trilhão nos próximos anos. Já a comida industrializada e a alimentação fora de casa vão responder por uma parcela muito maior: 7,2%, ou R$ 135,5 bilhões nos próximos anos.

Os segmentos de automóveis e combustíveis, por sua vez, perderão participação, respondendo, juntos, por 6,1% do consumo em 2030. Nos últimos dez anos, essa participação foi de 8,5%. (FL)

  • Contribuição de segmentos para expansão do mercado

Em 20 anos, o brasileiro estará mais qualificado e ganhando mais. Além disso, até 2030, a força de trabalho no país vai crescer a uma taxa de 0,95% ao ano – índice equivalente ao padrão mundial mas superior ao índice de países desenvolvidos, que é de 0,1%. Tais fundamentos vão colaborar para levar o Produto Interno Bruto (PIB, soma das riquezas produzidas por um país) do Brasil a US$ 2,4 trilhões em 2030 e fazer dele a oitava maior economia do mundo.

As previsões são otimistas, e foram traçadas no estudo Brasil Sustentável – Crescimento econômico e oportunidades de consumo, divulgado esta semana pela auditoria Ernst&Young e pela FGV Projetos. E, mesmo com uma força de trabalho mais numerosa e mais produtiva, as oportunidades também devem crescer.

"Nessa trajetória de crescimento sustentável, as empresas vão abrir muitas oportunidades de trabalho. É algo que já vem ocorrendo nos últimos três anos. Há uma significativa abertura de postos de trabalho mesmo com ganhos de produtividade", explica o professor Fernando Garcia, consultor da FGV Projetos e um dos responsáveis pelo estudo. Como o levantamento prevê maiores taxas de investimento no país, a expectativa é de que setores como a construção civil registrem maior crescimento e abram mais postos de trabalho.

Garcia lembra que, ao mesmo tempo em que a mão-de-obra vai crescer, também estará mais qualificada. Segundo o levantamento, a escolaridade da população economicamente ativa vai passar dos 7,8 anos de instrução média observados em 2007 para 11,3 anos em 2030. Em relação à população total do país, os anos de instrução formal passarão de 4,6 em 2007 para 7,5 ao final dos próximos 22 anos.

O estudo destaca que "é relevante o aumento da escolaridade da mão-de-obra brasileira, que, em 2030, chegará ao patamar de instrução atual dos trabalhadores de países desenvolvidos, superando os 11 anos completos de estudo". O levantamento mostra que este indicador, em 2030, será semelhante ao registrado atualmente pela Coréia do Sul, mas ainda assim inferior aos 12,5 anos de estudo nos Estados Unidos. "Os níveis educacionais tendem a convergir mundialmente, mas, mesmo considerando esse aspecto, a evolução do Brasil denota um grande progresso", afirma o texto da Ernst&Young.

Ao mesmo tempo, a renda per capita do brasileiro, segundo os pesquisadores da FGV e da Ernst&Young, crescerá a uma taxa de 3,1% ao ano. O índice é bem superior ao observado nos últimos 17 anos (1,3% ao ano). A massa salarial terá expansão de 3,5% ao ano, "levando o Brasil, em 2030, à oitava posição entre as economias que mais pagam salários", diz o texto do estudo. Hoje, o país está na 11ª posição neste quesito.

"O volume da massa de salários chegará a US$ 880,3 bilhões em 2030, em razão de seu crescimento à taxa de 3,5% ao ano, tornando-se o oitavo maior do mundo. Crescimento semelhante ao da massa de salários brasileira será verificado no México – tal ritmo deve ser superado somente pelo ímpeto sem compromisso com a sustentabilidade da economia chinesa", constata o trabalho.

Com isso, o estudo também prevê uma ascenção social de famílias com poder aquisitivo menor. "O crescimento e a distribuição de renda no período possibilitarão uma gradativa ascensão social das famílias com nível de renda mais baixo. É importante notar que a mobilidade é uma conseqüência da universalização da educação, das novas oportunidades de emprego, do aumento da produtividade da mão-de-obra e da maturação da estrutura etária e familiar", informa o texto.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]