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A história de hoje trata de dois aspectos: a expectativa frustrada de um profissional e a falta de visão de uma empresa. Com o texto, gostaria de incentivar muitas pessoas a valorizar o estudo e as empresas a fomentar o conhecimento junto aos seus colaboradores. Boa leitura!

João Paulo terminou o ensino médio sem muita perspectiva profissional. Para ele, que vivia em situação financeira precária, não era possível naquele momento cursar uma faculdade. Então, motivado a ingressar no mercado de trabalho, resolveu se matricular em uma escola de ensino profissionalizante. Aquela parecia ser sua única chance de conseguir um emprego.

Para sua surpresa, uma multinacional se interessou por seu currículo e o contratou. O salário oferecido era baixíssimo, mas isso não incomodou o jovem profissional. João Paulo tinha em mente que a remuneração inicial não era o mais importante, mas sim a chance de ser alguém na vida, de crescer por meio de sua própria luta.

Após um certo tempo na empresa e depois de ter concluído diversos outros cursos profissionalizantes, João Paulo achou que já era hora de investir em uma universidade. Por conta disso, procurou uma instituição de renome, na qual estudaria para se formar numa área relaci onada à função que já exercia na organização.

O período na universidade foi estimulante e produtivo, pois no decorrer dele João Paulo conseguiu relacionar a teoria com os conhecimentos práticos. O ambiente acadêmico mostrou possibilidades de crescimento profissional jamai s imaginadas. O jovem experimentou momentos de felicidade e esperança durante os anos de faculdade; porém, somente até o dia em que recebeu o diploma.

Formado, João Paulo foi convidado a assumir maiores responsabilidades na empresa, já que sua profissão o tornava apto a assinar alguns laudos. No entanto, o proposto era que < /SPAN>sua remuneração continuasse a mesma. O profissional, então, recusou-se a aceitar o convite, uma vez que o novo cargo exigiria muito mais comprometimento e nenhuma recompensa era oferecida.

A empresa, com a negativa do jovem, adotou uma postura intimidadora. De acordo com o supe rior de João Paulo, o futuro do funcionário seria prejudicado caso o pedido da organização continuasse sendo negado. Num último ato, a empresa solicitou ao jardineiro, um colaborador com poucos anos de escola, que assinasse os laudos pelos quais João Paulo passaria a responder. Provocadora, a atitude dizia que a presença deste empregado era dispensável.

Humilhado, João Paulo deixou o emprego. Hoje, cursa uma pós-graduação e continua buscando uma recolocação no mercado de trabalho. Sua experiência o faz acreditar que o mundo é dos espertos e que o estudo formal não garante o sucesso na carreira.

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Embora o mercado nos mostre que concluir uma universidade não é garantia de emprego, a formação acadêmica e os conhecimentos e relacionamentos provenientes dessa experiência são, por si só, válidos. O profissional não deve atrelar a busca por atualização e aprimoramento pessoal à conquista de um cargo, de um salário. O crescimento alcançado por meio do estudo não deve ser desprezado pela falta de uma boa colocação profissional - da mesma forma que as empresas não devem desvalorizar pessoas que buscam maior qualificação e, logicamente , uma remuneração mais adequada. Afinal, o capital humano deve ser visto como a r iqueza maior da organização. Por isso, deve ser sempre estimulado, incentivado e reconhecido.

*********SAIBA MAIS...

Rumo ao primeiro emprego

Jovens de Londrina (PR) estão tendo a chance de se preparar melhor para o mercado de trabalho. A oportunidade tem sido ofertada pelo programa Escola Formare, promovido pela Milenia Agro Ciências - indústria especializada na produção de defensivos agrícolas. Criado em 2002, o projeto dura um ano e é composto por aulas que têm como objetivo a formação profissional ampla dos estudantes. Informática, Inglês, Contabilidade, Matemática e Trabalhos Manuais são apenas algumas das disciplinas oferecidas pelo projeto durante o expediente da empresa. Além das aulas, ministradas por profissionais voluntários da Milenia, os alunos recebem uma bolsa-auxílio e material didático. A empresa admite anualmente 20 estudantes, com idade entre 15 e 17 anos, que passam por um processo de seleção que inclui prova, análise socioeconômica e dinâmicas de grupo. Ao se formar, esses jovens recebem o certificado de Agente de Serviços Administrativos e Comerciais, e alguns deles chegam a participar do programa de trainees da empresa. Mesmo quem não trabalha na Milenia consegue uma boa colocação no merc ado, afirma a coordenadora de Relações Institucionais, Denise Caldeirão.

Bernt Entschev é presidente do Grupo De Bernt. Empresário com mais de 36 anos de experiência junto a empresas nacionais e internacionais. Fundador e presidente do grupo De Bernt, formado pelas empresas: De Bernt Entschev Human Capital, AIMS International Management Search e RH Center Gestão de Pessoas. Foi presidente da Manasa, empresa paranaense do segmento madeireiro de capital aberto, no período de 1991 a 1992, e executivo da Souza Cruz, no período de 1974 a 1986.

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