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Nem sempre a inveja, no ambiente de trabalho, traz resultados negativos. A história de hoje mostra que, se bem empregado, esse sentimento pode motivar equipes e alavancar a produtividade.

Carolina é proprietária de uma agência de publicidade e comanda cerca de 30 profissionais. Sua rotina é atribulada em função do grande volume de trabalho e das necessidades dos clientes, cada dia mais criteriosos e exigentes. A velocidade em que ocorrem as mudanças no mercado publicitário faz com que cada membro de sua equipe se force a apresentar resultados imediatos e consistentes. E Carolina sabe que seu maior trunfo é justamente a qualidade de seus colaboradores, os quais crescem com a empresa. A realidade da agência faz Carolina contratar somente pessoas dinâmicas, entusiastas e competentes. Por isso, quando recebeu o currículo de Hélio não hesitou em recebê-lo para uma entrevista. O publicitário tinha um histórico profissional excelente, além de uma formação acadêmica diferenciada. As impressões a respeito do rapaz se confirmaram quando Carolina o conheceu pessoalmente. Ele era agradável, inteligente e dinâmico. Com certeza seria uma ótima peça para incrementar sua equipe, apostou a empresária. Naquela mesma semana, Hélio ingressou na agência como responsável pelo Departamento de Criação. Porém, seus novos colegas não gostaram do início promissor de Hélio, que mal chegou à empresa e já conquistou uma posição invejável. Com o passar dos dias, o publicitário foi despertando mais e mais inveja entre os funcionários, pois sua disciplina o destacava dos demais. Sua postura especial foi percebida também pelos clientes, que passaram a telefonar para Carolina felicitando-a pela contratação. Ela, por sua vez, começou a elogiar Hélio publicamente, nas reuniões semanais feitas com toda a equipe. Carolina fazia questão de ressaltar o desempenho do publicitário e de informar todos sobre os resultados obtidos por ele. Nos primeiros meses, Hélio provocou nos colegas uma inveja negativa e enfrentou maus momentos. Ele não era chamado para os encontros informais realizados ao final do expediente e era hostilizado em outras diversas ocasiões. Incomodado com a circunstância, o publicitário chegou a comentar com Carolina sobre a situação constrangedora que vivenciava e a pedir que ela parasse de elogiá-lo abertamente. Ele achava que se suas qualidades não fossem enaltecidas, seria esquecido e, posteriormente, aceito pelos demais.No entanto, o que ouviu de Carolina foi uma lição que jamais esqueceu: "Utilizo a inveja para motivar meus funcionários e atrair sua atenção para posturas mais eficazes. Se não os comparo a exemplos positivos, não consigo incentivá-los a perseguir seus objetivos. A inveja, nesse caso, é boa!" E com essa justificativa Carolina tranqüilizou o publicitário, ao qual pediu um pouco mais de paciência, pois aquele quadro estava prestes a se reverter. De fato, após um curto período, Hélio passou a ser visto como um bom exemplo entre os colegas, que deixaram de hostilizá-lo e passaram a lhe pedir dicas e sugestões para melhorar o desempenho deles próprios. De bom grado, o publicitário auxiliou todos que lhe pediram ajuda e, com o respaldo de Carolina, conseguiu fomentar uma postura ainda mais profissional e comprometida na agência. A "inveja boa", alimentada pela empresária, fez com que toda a equipe criasse um clima de admiração e parceria em torno de Hélio.

******************** Todo empresário ou profissional em posição de chefia deve saber lidar com os sentimentos que afloram entre as equipes. Muitas vezes, essas emoções acarretam discórdia entre os funcionários, falta de motivação ou diminuição de produtividade. Por isso, cabe ao administrador redirecionar tal situação e, mesmo diante da adversidade, vislumbrar maneiras de conquistar os objetivos desejados. Como as pessoas têm a capacidade de se adaptar a qualquer ambiente, mesmo a inveja pode se tornar um elemento incentivador se bem administrado e controlado.

SAIBA MAIS...

Auxílio às futuras mamães

Preocupada com os altos índices de natalidade entre a população carente e com a falta de planejamento familiar, a rede Unimed de Londrina (PR) promove, desde 2000, cursos para gestantes do assentamento São Jorge, localizado na região. A idéia adotada pela empresa partiu de médicos cooperados ao convênio e de suas esposas. As aulas abordam temas diversos, como planejamento familiar, cuidados com o bebê e noções de moral e ética cristã. Diverso também é o público que participa dos cursos, no qual se incluem desde adolescentes-mães de primeira viagem até mulheres mais velhas com mais de um filho. As gestantes passam ainda por um pré-natal e ganham transporte para as aulas, cestas básicas e enxoval para o bebê. Esporadicamente, são realizados também cursos que têm o objetivo de ensinar um ofício a essas mulheres. A lição de solidariedade é bem aprendida: grande parte delas volta ao programa como voluntária, doando as roupas que recebeu, auxiliando nas atividades ou ensinando o ofício que lhe foi transmitido.

Bernt Entschev é presidente do Grupo De Bernt. Empresário com mais de 36 anos de experiência junto a empresas nacionais e internacionais. Fundador e presidente do grupo De Bernt, formado pelas empresas: De Bernt Entschev Human Capital, AIMS International Management Search e RH Center Gestão de Pessoas. Foi presidente da Manasa, empresa paranaense do segmento madeireiro de capital aberto, no período de 1991 a 1992, e executivo da Souza Cruz, no período de 1974 a 1986.

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