Mudar de carreira exige calma e planejamento

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Você está insatisfeito com a carreira que escolheu ou com seu atual emprego? Está em busca de novos desafios? Calma é a palavra-chave. Antes de tomar qualquer decisão definitiva, coloque na balança os prós e contras da mudança. Este é o conselho dos especialistas de empresas de RH ouvidos pelo Globo Online.

Para ajudar quem está pensando em dar uma reviravolta na sua vida profissional, eles deram algumas dicas e apontaram as áreas mais promissoras e as que estão "em baixa" no mercado de trabalho.

Avaliar as razões que o levam a pensar em mudança é o primeiro passo, na opinião de Jacqueline Resch, sócia-diretora da Resch Recursos Humanos. Tomada a decisão, deve-se investigar com profundidade o mercado ou as perspectivas que o novo emprego ou a nova carreira oferece, além de conversar com pessoas que exerçam a profissão ou já trabalham no futuro emprego. O mais importante, segundo ela, é buscar conciliar vocação e prazer na nova atividade com remuneração atrativa. Isso vale também para quem está prestes a enfrentar um vestibular, mas ainda não se decidiu por que carreira optar.

- A escolha profissional demanda uma reflexão sobre os próprios interesses e traços de personalidade e muita informação sobre a realidade de mercado da profissão em vista - afirma, enfatizando que não adianta escolher uma carreira somente pela facilidade de entrar no mercado de trabalho e/ou obter remuneração vantajosa.

Segundo ela, desta forma será possível compatibilizar vocação e ganhos salariais, cada um encontrando a medida mais adequada ao seu estilo de vida.

Carreiras

As carreiras da área de Exatas, como algumas especialidades em Engenharia, apresentam boas oportunidades de trabalho e são hoje muito bem remuneradas, já que a oferta é inferior à demanda do mercado.

Apontado como um dos mais atraentes por consultores de RH, um bom exemplo é o mercado de Tecnologia/Informática, que mantém-se em crescimento contínuo, devido, em parte, à busca por desenvolvimento e pela criação de novos meios de transmissão de informação. Além disso, afirmam Glaucia da Costa Santos e Camila Mariano, consultoras da Catho, há um grande campo de atuação para profissionais que trabalham na criação de jogos eletrônicos.

- Esta é a área que mais atrai pelo salário - a média salarial para um Analista Programador em início de carreira é de R$ 2.060, por exemplo - e pela perspectiva de crescimento, dizem.

De acordo com pesquisa divulgada na última terça-feira pelo IBGE, o investimento tecnológico vem mudando o perfil das empresas brasileiras. Em 2005, mais de 32 mil inovaram em seus produtos ou serviços. As atividades de informática foram as que mais receberam investimentos, com um aumento de 6,5%, seguidas das empresas produtoras de equipamentos de transportes (6,1%) e das indústrias automobilísticas (5,6%). A pesquisa aponta ainda que o investimento tecnológico nas indústrias brasileiras revelou um aumento de 23% na contratação de mão-de-obra qualificada no país. A pesquisa avaliou, pela primeira vez, as inovações no setor de informática e telecomunicações.

A área de Saúde também tem registrado boas oportunidades em conseqüência do crescente investimento dos setores público e privado. Além disso, há falta de mão-de-obra qualificada para preencher as oportunidades existentes, o que abre ainda mais o campo para profissionais especializados.

Outra unanimidade entre os profissionais de RH é o setor de Meio Ambiente. A preocupação com o meio ambiente em geral e a forte pressão exercida pela sociedade em relação ao aquecimento global tem levado as indústrias a investir nesta área, buscando profissionais que garantam o respeito à natureza em todas as atividades exercidas pelas empresas - especialmente naquelas com maior potencial de risco ambiental.

A busca de energias alternativas também favorece alguns ramos da Engenharia, como Engenheiros Agrônomos e Bioquímicos, como também Engenheiros Químicos e de Petróleo, Geólogos e Geofísicos, principalmente para atuar no mercado de Petróleo e Gás, onde a demanda por profissionais com especialização é maior do que a oferta.

Em contrapartida, as profissões que oferecem menos ofertas no mercado de trabalho, segundo as consultoras da Catho, são aquelas mais operacionais, como metalúrgicos e operadores de máquinas; gráficos e taquígrafos; estenógrafos e telefonistas. A tendência de queda que se verifica nessas áreas pode ser explicada pela constante automatização do trabalho desses profissionais. É possível verificar também que as áreas relacionadas à Indústria vêm apresentando tendências de queda, enquanto as atividades ligadas a Serviços vêm crescendo constantemente. Outra carreira em baixa, segundo Jacqueline Resch, é a de professor infantil, de ensino fundamental e médio, pouco atrativa em função da remuneração.

Receita de Sucesso

Independentemente da carreira escolhida, afirma Jacqueline Resch, para se ter um bom desempenho é fundamental que o profissional domine tecnicamente o assunto e atualize-se constantemente, estando pronto para atender as exigências do mercado. A globalização determina requisitos obrigatórios, como o domínio de idiomas e a habilidade para interagir com culturas diferentes.

À medida que se avança na carreira, acrescenta, se a pessoa trabalha em uma organização e deseja exercer cargos de supervisão, é importante ampliar o repertório de competências e adquirir conhecimentos e habilidades para a gestão.

- Há ainda as aptidões específicas e as características pessoais que contribuem para a obtenção de sucesso. Há profissões, como os engenheiros, nas quais o raciocínio lógico e numérico são essenciais. Já para os psicólogos, a capacidade de escutar e sintonizar com as necessidades dos demais é o que vai, entre outros pontos, contribuir para a diferenciação do profissional.

Já Glaucia da Costa Santos e Camila Mariano, da Catho, lembram que a formação em um curso superior é o requisito básico para atuação na grande maioria das áreas. Para os profissionais da área de TI, completam, é importante ainda que o profissional tenha inglês fluente e domínio em ferramentas usuais no mercado, como SAP, Microsiga, Oracle Applications, Peoplesoft ou RM.