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Existe algo mais desconfortável na gestão de pessoas do que acompanhamento e controle? Assim como a disciplina "Metodologia da Pesquisa Científica" ou "Elaboração de Projetos" considero esse, um tópico que incomoda a qualquer gestor, salvo exceções. No entanto, na vida prática esses conhecimentos são essenciais. De maneira geral, os executivos entendem que ao passar orientações para um colaborador o resultado esperado deve acontecer em curto espaço de tempo. Se o subordinado não traz respostas, justificativas, ações acabadas, o executivo não entende! Supõe que a pessoa não quer fazer, está "enrolando" ou não tem competência.

Ora, a grande questão é saber se a pessoa entendeu exatamente o que você deseja e isso não é tão simples. O que o sucesso da ação significa para você? Será que a pessoa que recebe a mensagem conseguiu entendê-la corretamente? Ou seja, o processo de entendimento vai além de "passar uma ordem". É bem mais complexo porque envolve a participação de quem solicita. É preciso educar, transmitir adequadamente, ensinar. Verificar se o outro entendeu. Confirmar. Rever e conferir.

Depois de uma série de etapas no ato de fazer uma solicitação, ainda é necessário o acompanhamento e controle. E nessa fase, muitos acham que é desnecessário "cobrar" acreditando que isso pode até ofender o funcionário. Acompanhar pode ser apenas fazer a pergunta certa na hora certa... E saber perguntar é uma arte! Ou acompanhar se traduz em verificar passo a passo se a pessoa sabe fazer exatamente o que e como deve ser feito. Cada profissional está num estágio diferente de maturidade e capacidade de compreensão e conhecimento de processos ou procedimentos empresariais. Como se sabe, da teoria à prática a estrada é longa. Só a fase de acompanhar o roteiro e a evolução das ações, em si, já é penoso ou ainda desconfortável. Para esses, pode significar colocar em dúvida a capacidade alheia.

Controles são angustiantes para certas pessoas e para outros pode ser o que melhor fazem! Depende das características de personalidade. Muitos tipos de personalidade precisam de direção e acompanhamento. Nas empresas, são aqueles que preferem ser "mandados". Outros têm idéias o tempo todo e adoram sugerir, inovar, mudar os modos de fazer.

Importante é entender que a implantação ou a evolução de qualquer processo nas empresas passa necessariamente pela fase de "acompanhar e controlar". Dosar a medida certa ao confiar na competência e delegar com ou sem limites, ou ainda com limites específicos e bem equilibrados, pode fazer a diferença na forma de liderança.

Maria Christina de Andrade Vieira, empresária e escritora, autora de Herança (Ed.Senac-SP), Cotidiano e Ética: crônicas da vida empresarial (ed. Senac-SP).chris@onda.com.br www.andradevieira.com.br

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