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"O mercado vai se acirrar e a percepção é de que não haverá mão de obra qualificada para todas as empresas. As organizações terão de cada vez mais valorizar o profissional competente." Ricardo Gomez, chefe dos serviços em consultoria da IBM para a América Latina | Divulgação
"O mercado vai se acirrar e a percepção é de que não haverá mão de obra qualificada para todas as empresas. As organizações terão de cada vez mais valorizar o profissional competente." Ricardo Gomez, chefe dos serviços em consultoria da IBM para a América Latina| Foto: Divulgação

Enquanto os CEOs de outros países veem a transformação da indústria como o fator que mais vai impactar o futuro de suas organizações nos próximos cinco anos, os presidentes de empresas no Brasil acreditam que o grande obstáculo será a falta de mão de obra qualificada. A constatação é da pesquisa Global CEO Study 2010, feita pla IBM com mais de 1,5 mil CEOs de 33 segmentos e de 60 países. A preocupação com a escassez de talentos foi citada por 71% dos brasileiros, contra 58% da média mundial.

"O mercado vai se acirrar e a percepção é de que não haverá mão de obra qualificada para todas as empresas. As organizações terão de cada vez mais valorizar o profissional competente", analisa Ricardo Gomez, responsável pela pesquisa e chefe dos serviços em consultoria da IBM para a América Latina. Segundo ele, o déficit de funcionários não será apenas no nível estratégico, mas também em funções operacionais.

Os executivos brasileiros também vêem a questão da sustentabilidade de maneira diferente. Para 71% deles esse será um fator importante nos próximos cincos anos. Na média mundial, 60% citaram a preocupação com o social e o meio ambiente. "Isso pode ser porque o Brasil é um país com grande território de florestas e há a questão do desmatamento", diz Gomez.

Competências

Quando questionados sobre as principais competências para a execução do cargo, a "responsabilidade individual" foi a característica citada como mais importante pelos CEOs brasileiros (por 55%). Na média mundial, a responsabilidade apareceu com apenas 24%. Os estrangeiros citam a "velocidade na execução" como competência importante (34%), enquanto 24% dos brasileiros mencionaram a questão. No grupo das empresas de alta performance, as que se destacam em seus segmentos de atuação, esse foi o fator considerado o mais crucial (45%). A responsabilidade ficou em último entre esse grupo, com 20%.

Tecnologia versus pessoal

No quesito "forças externas que impactarão a organização nos próximos três anos", o item "fatores tecnológicos" foi o segundo mais citado pelos CEOs globais, com 39% – atrás apenas dos "fatores de mercado", também o mais preocupante para o CEO brasileiro. A tecnologia, porém, não ganha tanto destaque entre os executivos daqui (29%). Para Gomez, isso se deve a uma diferença de valores dos profissionais brasileiros. "O CEO brasileiro demonstra apostar o sucesso de seus negócios mais nas pessoas do que em processos e sistemas. Ele valoriza as horas dedicadas à empresa e a responsabilidade individual na prestação de contas do trabalho realizado é considerada atributo primordial", afirmou. Isso ficou claro quando os executivos responderam sobre a importância da "dedicação" como qualidade das lideranças. Para os brasileiros, 385 consideram a característica importante, contra 27% da média mundial e 23% dos líderes de empresas de alta performance.

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