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O homem moderno está habituado a forte apelo visual que tolhe o recolhimento interior levando a pessoa cada vez mais a ambientes ruidosos, movimento constante e conseqüente agitação. Nossa sociedade se caracteriza pela imagem que solicita atenção de forma constante.

No entanto, sabe-se que é no silêncio que a criatividade aflora de forma mais intensa. O processo criativo agiliza-se sob pressão, tensão ou prazos exíguos. Mas quando um 'insight' acontece no silêncio atinge um nível interno de satisfação explosivo e a idéia adquire consistência muito prazerosa.

O silêncio é sábio e nele se encontra alimento suficiente para fortalecer verdades individuais, além de estimular novas percepções. Num primeiro momento pode provocar ansiedade ou angústia porque leva a um encontro consigo mesmo. Mas esse se defrontar com a própria realidade, a pessoa ou o eu interior, conduz à sabedoria e à paz de espírito. Pena que poucos se permitam essa experiência tão gratificante!

Esse recolhimento necessário que incomoda a tantos, perturba exatamente por exigir um espelhamento, um encarar coisas que incomodam, porém que podem ser modificadas. Verdades causam desconforto. Verdades machucam. E a verdade cobra atitude e postura.

O silêncio possibilita criação porque ela floresce de forma exuberante diante da atenção e, sobretudo, na concentração ou na quietude.

Por que as pessoas temem o silêncio? Ele pode ser uma bênção... uma dádiva, um presente. A imagem da praia deserta que sustenta o sonho da aposentadoria é válida não pelo estar parado na vida, mas pelo silêncio. Creio que o temor do silêncio é a certeza de que o enfrentamento da realidade passa por mudanças que implicam em ações e isso significa escolher e fazer. Ou seja, tomar decisões. Dá trabalho!

Muitas vezes a pessoa funciona numa zona de conforto que inibe crescimento pessoal. E silêncio faz crescer!

Curioso é ter consciência de que a impermanência é uma certeza. E se assim é, quanto antes se escolhe o caminho, mais cedo se atinge os objetivos. Bem escreveu Mário Brito: "O homem moderno perdeu o prazer do silêncio." Maria Christina de Andrade Vieira, empresária e escritora, autora de Herança (Ed.Senac-SP), Cotidiano e Ética: crônicas da vida empresarial (ed. Senac-SP).chris@onda.com.brwww.andradevieira.com.br

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