O sobe e desce dos cargos no mercado corporativo

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Diante do dinamismo do mercado de trabalho, as posições que eram destaque há um ano nas empresas não são as mesmas que estão em alta hoje no mercado. É isso que mostra um levantamento feito pelo escritório regional da consultoria em recursos humanos Michael Page em Curitiba. O estudo elencou os três cargos mais demandados pelas empresas e as três posições que saíram dos holofotes do mercado nos últimos seis meses. Segundo a gerente regional da Michael Page em Curitiba, Karina Pinho, na lista do sobre e desce estão em ascensão os cargos de remuneração e benefícios; saúde, segurança e meio ambiente (SSMA); e inteligência de mercado. Na outra ponta, as posições de desenvolvimento de produtos, gerente de RH generalista e profissional de crédito e cobrança apresentaram crescimento menor.

Um caso de mudança bem sucedida

Formado em Psicologia, Kleyton Borges Farias começou a trabalhar na área de remuneração e benefícios da Kraft há 15 anos, quando as empresas nacionais ainda não tinham visão estratégica dessa área. "Remuneração antigamente era coisa do departamento pessoal e da folha de pagamento. Hoje é uma preocupação geral. Muitas empresas têm diretorias específicas para gerenciar esse aspecto", diz Farias, que atualmente é gerente de remuneração e benefícios da Ferrero do Brasil para a América do Sul. Para Farias, é imprescindível que o profissional dessa área tenha afinidade com números e pessoas e saiba pensar e agir estrategicamente, sempre de olho nas tendências do mercado. "Criamos ferramentas para atrair, reter, motivar e valorizar os profissionais. Para isso, é preciso conhecer o mercado e as práticas de remuneração dos concorrentes".

Em alta

Remuneração e Benefícios

A área de renumeração e benefícios cresceu muito em 2012 e deve continuar crescendo em 2013. Os profissionais de RB têm papel importante na retenção e atração dos profissionais. Além disso, ajudam a manter o equilíbrio salarial interno da corporação e são presença indispensável no planejamento e execução dos projetos de reestruturação e análise de quadro, tão frequentes no mercado atual. Cabe ao profissional de RB usar a criatividade para elaborar planos de benefícios capazes de reter um bom talento.

Gerentes (grandes empresas e multinacionais): até R$ 15 mil

Especialistas: de R$ 7 a R$ 10 mil

Saúde, Segurança e Meio-Ambiente

As exigências cada vez maiores dos órgãos reguladores aumentaram a demanda por profissionais dessa área. Segundo Karina, da Michael Page, o gerente ou engenheiro de SSMA precisa ser dinâmico, com grande bagagem teórica e habilidades de liderança no ambiente produtivo, e estar apto a implantar e manter uma cultura voltada para a segurança e preservação ambiental. O profissional tem a responsabilidade de acompanhar as mudanças e exigências legais e manter os processos dentro dos padrões

Gerente: de R$ 13 a R$ 18 mil

Engenheiro: de R$ 7 a R$ 11 mil

Inteligência de Mercado

As empresas estão tendo de lidar com cenários de negócio cada vez mais complexos e dinâmicos, o que as obriga a refinar ainda mais suas análises e planejamentos. Esse profissional precisa entender os cenários econômicos e ser capaz de fazer projeções de curto e longo prazo. Geralmente a empresa começa com um profissional e acaba criando uma área inteira de inteligência e mercado, reconhecendo a importância para o planejamento estratégico do negócio. Exige conhecimento amplo do mercado e do segmento de atuação.

Gerente: de R$ 10 a R$ 13 mil

Coordenador: de R$ 7 a R$ 9 mil

Analista: de R$ 5 a R$ 7

Em baixa

Gerente de RH generalista

São profissionais com perfil de gestão que precisam conhecer todas as áreas da empresa e suas necessidades em relação aos profissionais. Houve uma forte contratação de gerentes de RH generalistas em 2011 e começo de 2012. No segundo semestre do ano passado, esses mesmos gerentes de RH passaram a contratar as pessoas para compor o seu time e o que cresceu foi a demanda por profissionais dentro dos subsistemas – principalmente aqueles especializados em remuneração e benefícios. O salário varia conforme a senioridade da posição.

Salário: de R$ 10 a R$ 20 mil

Crédito e Cobrança

Depois de uma onda de terceirização da área de cobrança pelas empresas, a demanda para vagas efetivas teve uma queda significativa. "Não é uma área que agrega valor à operação", diz Karina. Além disso, a quantidade de títulos a cobrar varia muito, de forma que fica difícil manter uma equipe grande no setor. O profissional precisa ter perfil para negociação, mas também tem de entender as limitações da área – saber quando é possível avançar ou em que momento deve recorrer à cobrança judicial. As empresas de varejo costumam ter áreas de cobrança sólidas.

Gerente: de R$ 9 a R$ 14 mil

Analista: de R$ 2 a R$ 6 mil

Desenvolvimento de produto

A área acabou ficando em segundo plano dentro das empresas. Devido à necessidade de diminuir custos, as multinacionais centralizaram os seus centros de desenvolvimento nas matrizes. Além disso, a demanda por esses profissionais costuma oscilar bastante, já que a maioria das empresas trabalha com projetos de prazo definido. A procura é maior quando as empresas estão investindo no desenvolvimento de novos produtos. Diante de um cenário econômico instável, é natural que as companhias pisem no freio. Geralmente são profissionais com formação na área de engenharia.

Salário: de R$ 8 a R$ 12 mil