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A defasagem do preço da gasolina praticado pela Petrobras no Brasil em relação aos preços do mercado internacional é de 30% e a do diesel chega a 20%. A informação é do diretor-geral da Agência Nacional do Petróleo (ANP), Haroldo Lima. O diretor da ANP, no entanto, é contra um possível reajuste no preço interno para nivelá-lo ao do mercado externo alegando que seria uma medida muito impopular. Haroldo Lima e toda a diretoria da agência se reuniu nesta quarta-feira com o ministro de Minas e Energia, Silas Rondeau, para discutir a situação da refinaria de Manguinhos.

- A hipótese de equilibrar, de nivelar o preço em nível internacional significa uma elevação substancial, que o povo brasileiro não vai superar - disse o diretor-geral ao ser perguntado se uma das possibilidades para resolver a situação financeira da refinaria seria aumentar o preço dos combustíveis.

Para ele, aumentar os preços dos combustíveis seria uma coisa "chocante para o Brasil". Haroldo Lima afirmou ainda que o aumento dos preços seria uma medida impopular, para um governo popular.

- Se nós fizermos isto é botar de cabeça para baixo toda a política. Penso eu que está descartado. É uma coisa que o nosso povo reprovaria liminarmente - completou.

O último reajuste da gasolina autorizado pela Petrobras, de 7%, ocorreu em novembro.

Por causa da defasagem dos preços domésticos em relação às cotações do petróleo, a refinaria de Manguinhos, no Rio de Janeiro, anunciou que deve paralisar suas operações nos próximos dias. O problema é que a refinaria tem de importar o petróleo pelas cotações internacionais e vender os combustíveis aos mesmos preços praticados pela Petrobras no país, porque a estatal detém 95% do mercado de refino.

De acordo com Lima, a ANP desistiu, por enquanto, de entrar no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) com representação contra a Petrobras por práticas anti-competitivas. Lima disse que na semana passada Manguinhos informou a ANP da dificuldade em operar no mercado, por causa da política de preços da Petrobras.

Segundo o diretor, são duas hipóteses em estudo para tentar resolver a situação. A primeira é a utilização da Cide (Contribuição de Intervenção sobre o Domínio Econômico), um tributo cobrado na venda de combustíveis, para compensar o impacto da alta do petróleo nas refinarias, sem que aumente os preços ao consumidor. A outra possibilidade é a Petrobras arrendar a refinaria. Como a estatal produz quase todo o petróleo processado em suas refinarias, a companhia não tem prejuízo ao vender os combustíveis em valores abaixo dos praticados no mercado internacional.

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