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Arlete Galperin, da ZHZ: “Falar sobre família e amigos ajuda a mostrar perfil do candidato”. | Hedeson Alves/Gazeta do Povo
Arlete Galperin, da ZHZ: “Falar sobre família e amigos ajuda a mostrar perfil do candidato”.| Foto: Hedeson Alves/Gazeta do Povo

Passo-a-passo

Confira algumas dicas para fazer uma boa entrevista.

Planejamento – antes da entrevista, é preciso levar alguns aspectos em consideração. Quais funções serão desempenhadas e quais competências e habilidades elas exigem? Quais cursos e técnicas o empregado precisa ter e quais desafios o emprego coloca? Que perfil de funcionário o chefe ou a equipe estão buscando?

Selecionar o entrevistado – não só com base em currículos, mas também avaliar outras etapas do processo seletivo como dinâmicas de grupo e testes de conhecimento.

O ambiente – reservar um local reservado e tranqüilo. Controlar a entrada de terceiros, não ficar atendendo telefone e nem olhando o computador. O entrevistado tem que sentir que o horário foi reservado para ele.

Material de apoio – o entrevistador deve ter em mãos o roteiro com perguntas pré-definidas, mas que não seja engessado. Vai precisar do currículo do candidato, papel e caneta para anotações e um relógio para marcar o tempo, mas de forma discreta.

Os dados contidos em currículos ajudam, mas não dizem muita coisa para o empresário que precisa selecionar um profissional para uma vaga de emprego – é preciso entrar em contato direto com o candidato. Contudo, conduzir uma entrevista não se resume a fazer algumas perguntas aleatórias e depois escolher quem se saiu melhor. Planejamento rigoroso e uma série de técnicas fazem parte do processo seletivo.

Imagine a seguinte situação: o diretor de uma empresa solicita que seja contratada uma nova secretária. A pessoa que ficou responsável pela seleção inicia o processo de análise de currículos, chama algumas moças para entrevista, considera vários aspectos e habilidades que julga importante para que a função seja bem desenvolvida e contrata alguém. Já no primeiro dia de trabalho o chefe pede para que a nova secretária prepare um cafezinho, detalhe que não havia sido combinado no contrato. E a contratação vai por água abaixo.

Essa simples situação, contada por Arlete Zagonel Galperin, consultora em gestão de pessoas e diretora da ZHZ Consultores, exemplifica bem a importância de se conhecer a fundo as características do novo contratado e da vaga para a qual ele se candidatou. Qualquer detalhe esquecido ou que não recebeu a devida atenção pode fazer com que todo o processo seletivo seja perdido.

Ela diz que o responsável pela seleção deve procurar saber o nível de conhecimento e instrução do entrevistado e principalmente estar disposto a ouvi-lo sem preconceitos. "Adequar o nível da pergunta à vaga e à escolaridade. Estar atento à cultura do candidato", sugere. O recrutador deve estar atento à própria postura e verificar se está sendo neutro, não está fazendo julgamentos ou críticas. No caso de conduzir a conversa para um nível mais pessoal, o entrevistador precisa considerar alguns limites. Na maioria das vezes, é melhor somente perguntar sobre assuntos que possam contribuir com o processo e sempre garantir sigilo sobre as informações prestadas. Mantendo esse cuidado, questões familiares e sociais podem ser úteis. "Os momentos pessoais, familiares, de lazer dizem como a pessoa funciona. Participar de um grupo qualquer mostra sua sociabilidade", explica Arlete.

Os aspectos não verbais também devem ser considerados, como gestos e movimentos. O nervosismo é uma constante nas entrevistas de empregos, mas deve acabar assim que o clima se tornar mais descontraído. Se o nervosismo e a dificuldade persistirem, o interessado pode não se sair bem em funções que exijam capacidade de relacionamento e comunicação.

O entrevistador também deve ter em mente que tipo de informações ele precisa conseguir do candidato. Segundo Maria Alice Mota, psicóloga e especialista em seleções e avaliações, o foco deve ser por competências, ou seja, as habilidades necessárias para a vaga. "O desempenho passado constitui o melhor indicador do desempenho futuro. As perguntas são a fim de investigar o comportamento passado do candidato em situações específicas", explica Maria Alice.

No desenvolvimento da conversa, é bom sempre dar oportunidade para o candidato falar sobre suas experiências profissionais, com destaque para os resultados alcançados. Por fim, nunca deixá-lo sair sem ter uma perspectiva – deve-se informar os próximos passos do processo e como ele se saiu. Esse também é o momento para deixar o candidato fazer perguntas e tirar dúvidas sobre a vaga e a empresa.

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