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Marco Antônio, da Prodeg: líder é quem dá condições para que os outros se destaquem | Marcelo Andrade/ Gazeta do Povo
Marco Antônio, da Prodeg: líder é quem dá condições para que os outros se destaquem| Foto: Marcelo Andrade/ Gazeta do Povo

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  • Juliana: contra a frustração, uma virada na carreira

"Ele pode ser o chefe, mas eu trabalho melhor que ele." Quem já não pensou assim? Uma pesquisa feita pela Lee Hecht Harrison-DBM, empresa de desenvolvimento de talentos e transição de carreiras mostra que esse pensamento é mais comum que a maioria dos executivos imagina. O levantamento aponta que 71% dos gestores de empresas possuem uma ótima visão profissional de si próprios, mas 90% dos subordinados acredita ser igual ou melhor que seu chefe imediato.

INFOGRÁFICO: Confira quantos de 373 entrevistados se consideram um ótimo líder

O resultado dessa pesquisa (feita com 373 presidentes, diretores e gerentes de companhias das regiões Sul e Sudeste) demonstra um posicionamento mais crítico por parte dos liderados diante de seus chefes do que destes a seus colaboradores.

Razões

O contraste pode causar impactos negativos, como a desmotivação do funcionário, perda do sentido de pertencimento à equipe e até mesmo conflitos relacionais e desconfiança no superior.

Marco Antônio Andrade, presidente da Prodeg, consultoria especializada em certificações e gestão de processos, afirma que esse sentimento de superioridade em comparação ao líder pode ser causado pela insegurança deste diante de alguma situação ou por não saber lidar com opiniões divergentes. Isso faz com que os funcionários não concordem com suas ações e passem a questionar sua capacidade de gestão.

O relatório também revela que o percentual de jovens executivos que se consideram melhor que seu chefe é maior do que no grupo de empresários mais experientes. Carla Virmond, diretora da região Sul da Lee Hecht Harrison-DBM, aponta outra razão para as visões diferentes: a falta de percepção de um contexto mais amplo por parte daqueles que estão no início de suas carreiras. "Não é um caminho fácil, pois é o próprio caminho do amadurecimento", explica Carla, mostrando que esse atributo só se desenvolve com o tempo e com as experiências de vida conquistadas.

Carla observa que a atual geração se acostumou às relações via redes sociais, que geram um caráter individualista. Ao serem colocados em grupos e organizações, os mais jovens não conseguem lidar com as opiniões e ações divergentes. "A nova geração tende a deletar os pensamentos diferentes. Nas redes sociais é assim, você excluí aquilo que você não concorda. No mundo empresarial isso não é possível", afirma Virmond.

Andrade, da Prodeg, defende ainda que o executivo deva estar próximo de sua equipe para que passe confiança e credibilidade e promova o engajamento de todos nos projetos. "O líder não tem que ser necessariamente o mais competente, ele deve ser o responsável por dar condições para que os outros também se destaquem", reforça o executivo.

Das multinacionais para a moda praia

A rotina muito rígida dentro da empresa e a impossibilidade de desenvolver todas as potencialidades geram o sentimento de frustração em muitos profissionais. Juliana Ferline é um exemplo de profissional que decidiu se arriscar criando sua própria empresa para fugir das estruturas fixas das multinacionais em que trabalhava. Há quatro anos, ela decidiu entrar na indústria fashion e criou a Camoa Brasil, focada em moda praia e esporte.

Ferline conta que se preocupa com o engajamento e a percepção de seus funcionários. Segundo a empresária, existem aqueles que gostam da rotina e do trabalho administrativo, enquanto outros buscam áreas mais criativas para desenvolver ao máximo suas habilidades. Ao detectar este perfil, cada colaborador é designado para a função na qual se sinta mais capaz e ambientado.

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