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Curitiba – O preço do litro da gasolina sofreu uma alta inesperada nesta semana nos postos da capital paranaense. Na maioria dos revendedores de combustíveis, o produto é encontrado a R$ 2,49 o litro, um preço até 16,35% mais caro que a média de R$ 2,14 registrada na semana passada pelo Procon-PR.

Para o presidente do Sindicombustíveis, Roberto Fregonese, os motivos para a alta são vários. "Quando houve o último aumento da Petrobrás, em agosto, os preços foram para esse patamar, mas a concorrência na cidade é muito grande e eles baixaram de novo. Essa alta pode ser uma trégua entre as distribuidoras", diz.

Fregonese cita também os sucessivos aumentos no preço do álcool anidro – adicionado à gasolina em uma proporção de 25% – que acumula uma alta de R$ 0,30 por litro desde 9 de outubro. Mesmo assim, o preço pode baixar novamente em pouco tempo. "Curitiba é uma praça insana. Ninguém entende esse mercado. A briga é quase diária entre as bandeiras, que de vez em quando dão uma trégua para não quebrar", afirma Fregonese. "Há momentos que são favoráveis ao consumidor e outros favoráveis ao vendedor."

De acordo com proprietários e gerentes de postos, o aumento se deve à política de preços das distribuidoras de combustíveis. "Elas (as distribuidoras) reduziram um pouco o desconto, por isso aumentamos o preço", justifica Euclides Gusi, gerente do Posto Pinheiro, no bairro Água Verde, onde o litro da gasolina estava a R$ 2,29 na semana passada e subiu para R$ 2,49.

No Posto Evereste, do Novo Mundo, o aumento da gasolina foi o mesmo: de R$ 2,29 para R$ 2,49 o litro. "Todo mundo trabalha com preços parecidos porque os custos são os mesmos", diz o gerente Mauro Jakimiu. "Estamos até pensando em sair fora desse mercado, porque existe muita deslealdade", diz.

A gasolina podia ser encontrada ainda a preços mais baixos ontem, mas a tendência é de alta. No Posto México, do Bacacheri, no meio da tarde o litro da gasolina ainda custava R$ 2,27, mas o revendedor estava apenas aguardando uma ligação da distribuidora para aumentar o preço nas bombas.

Marcos Scripes, dono do Posto Capanema, no Rebouças, acredita que o que está havendo é uma acomodação de preços. "Se o litro da gasolina fica muito baixo, os postos começam a trabalhar de graça e ficam inadimplentes, não pagam as distribuidoras", diz.

Scripes reclama dos tributos – que compõem 66% do preço da gasolina – e do "valor de pauta", o preço do litro determinado pelo governo para o cálculo do ICMS, que atualmente está em R$ 2,58, cerca de 3,6% mais caro que o preço do mercado. O empresário admite, porém, que a concorrência entre os postos é o principal motivo do alinhamento de preço da gasolina em Curitiba. "O preço nunca vai ficar parado. Os postos concorrentes olham, todo dia, os preços uns dos outros", diz.

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