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A caderneta de poupança teve, em 2009, a pior rentabilidade dos últimos 43 anos. Segundo levantamento da empresa de informações financeiras Economática, o ganho nominal (sem descontar a inflação) da aplicação no ano passado, de 7,05%, ficou 0,85 ponto porcentual abaixo do verificado em 2008. Antes disso, o menor patamar do período havia sido em 2007, quando a poupança rendeu apenas 7,77%.

A queda na rentabilidade é reflexo direto dos cortes feitos pelo Banco Central (BC) na taxa básica de juros (a Selic), hoje em 8,75% ao ano. A poupança tem remuneração de 6% ao ano mais Taxa Refe­­rencial (TR), que é calculada a partir dos juros co brados pe­­los bancos nos CDBs (Cer­­tificados de Depósitos Ban­­cários). O ganho desses papéis acompanha a variação da Selic.

Mas apesar da queda na rentabilidade, a boa notícia é que o ganho real, descontada a inflação de 4,31%, voltou a subir depois de três anos de queda. No ano passado, a remuneração real ficou em 2,63%, acima de 1,89% de 2008. Na prática, um investidor que aplicou R$ 1 mil no fim de 2008 terminou 2009 com R$ 1.070,50. Descontada a inflação medida pelo IPCA, ele teve um ganho real de R$ 27,40, calcula a Economática.

Análise

Na avaliação do administrador de investimentos Fábio Co­­lombo, apesar da pequena rentabilidade em 2009, a poupança continua sendo a melhor opção de investimento, especialmente para aquelas pessoas que não têm acesso a fundos de investimentos com taxas de administração mais atraentes. Além disso, a caderneta não tem incidência de imposto de renda, o que significa uma grande vantagem em relação às demais aplicações de renda fixa oferecidas no mercado.

Colombo destaca que o importante é guardar o dinheiro. "A rentabilidade fica em segundo lugar." Segundo ele, o brasileiro se acostumou com os juros elevados que sempre davam a sensação de um ganho polpudo. Mas, durante muito tempo, a inflação corroeu parte desses juros pagos. Agora está havendo uma convergência.

Em 2010, a poupança mantém a vantagem de não ser tributada com o Imposto de Renda, apesar da queda nos juros. No ano passado, o governo chegou a anunciar um modelo de cobrança de Imposto de Renda para cadernetas com mais de R$ 50 mil, mas a proposta acabou não avançando.

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