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São Paulo (Folhapress) – O pacote de estímulo ao setor da construção lançado na terça-feira deve trazer mais benefícios para quem compra o material na loja e gerencia a própria obra do que para quem contrata uma construtora. Pelos cálculos da Associação Nacional dos Comerciantes de Material de Construção (Anamaco), o corte no Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para uma cesta de 41 itens levará a redução média de 10% no preço para o consumidor final.

Para quem comprar um imóvel de uma construtora, a diminuição de custo será de apenas 1,2%, segundo uma conta feita ontem pelo Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (Sinduscon-SP). Ou seja, um imóvel que custava R$ 100 mil poderá ser vendido para o consumidor por R$ 98,8 mil.

O presidente da Anamaco, Claudio Conz, destaca que os produtos da lista de redução de IPI representam 90% dos insumos usados na construção de uma moradia popular – fazem parte da cesta produtos como portas, azulejos, fios elétricos e barras de aço, entre outros. "A redução média de preço será de 10% porque a diferença de IPI incide sobre a margem de lucro, sobre o PIS, Cofins, frete e comissão do vendedor", diz. O setor também espera um efeito da decisão do governo federal de zerar a alíquota de importação de cimento.

Para Conz, um dos atrativos do pacote é o formato simplificado, o que facilita o seu entendimento. "Os produtos que tinham alíquota de até 5% tiveram o IPI zerado. Para os produtos com alíquota superior, o IPI foi reduzido a 5%. É muito fácil de entender o mecanismo." Ele admite, no entanto, que o número de produtos incluídos no pacote é pequeno perto da variedade de itens existentes no mercado. As lojas de material de construção, por exemplo, trabalham com cerca de 60 mil produtos.

Na indústria da construção, que compra os materiais e constrói imóveis para revendê-los, a redução no custo final será de apenas 1,2%. "O corte foi muito pequeno para gerar um impacto significativo no preço final do imóvel", disse o presidente do Sinduscon-SP, João Claudio Robusti. Segundo ele, o setor esperava que a isenção atingisse todos os itens de materiais de construção. "Se a isenção fosse mais ampla, a redução no custo final do imóvel seria de 3%. Mas a lista de produtos beneficiados é muito pequena", comenta.

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