• Carregando...
 |
| Foto:

Perspectivas

Preços começam pressionados, mas não passam o teto de 6,5%

Segundo o mercado, a inflação deste ano conta com o alívio prometido nas contas de luz a partir de fevereiro, com a volta a patamares anteriores dos impostos sobre o cigarro e também com a elevação menos ácida do salário mínimo. Por outro lado, o possível aumento da gasolina e a volta do IPI para automóveis e outros produtos, além de reajustes em itens de peso relevante no bolso do consumidor, como a passagem do transporte público, tendem a pressionar os preços de 2013.

Na avaliação da Rosenberg e Associados, a inflação deste primeiro trimestre de 2013 deve manter-se elevada por causa de alguns pesos sazonais. São esperados avanços nos preços de itens como a alimentação (o IPA já tem mostrado itens importantes como frango e feijão em alta), a educação (em fevereiro, com reajustes das mensalidades escolares) e o transporte público (embora alguns reajustes de ônibus municipais já tenham ocorrido em dezembro, é provável que o item tenha contribuição importante em janeiro e fevereiro, mais que o ocorrido no início de 2012). "Tudo somado, o mais provável é que a inflação acumulada em 12 meses ainda apresente certa aceleração neste início de ano", diz o parecer da Rosenberg. Para a consultoria, nada disso deve justificar, porém, alguma mudança na política monetária atual. "A inflação mais pressionada pode até abrir algum espaço para um real mais apreciado (taxa de câmbio oscilando em torno de R$ 2,00, ao invés de R$ 2,10), mas não deve se refletir em alta de juros tão cedo.

Por ora, no balanço dessas tendências, o mercado aponta para uma inflação em torno de 5,5% neste ano, segundo o último Boletim Focus, do Banco Central. Em geral, a expectativa é que a inflação de 2013 não ultrapasse o teto da meta, de 6,5%. Se o risco aparecer, o governo deve lançar mão de medidas macroprudenciais, como aumento no pagamento rotativo do cartão de crédito, entre outras, para conter os preços. (FZM, com Folhapress)

Dinheiro com cupim

Leia a opinião de Franco Iacomini, editor de Economia.

O mês de dezembro de 2012 fechou com alta de 0,79% no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), medido pelo IBGE, com a pressão típica do período de férias das passagens áreas (17,12%, 0,10 ponto porcentual mais que novembro) e das excursões (17,13%, 0,06 p.p.). Com isso, o ano terminou com inflação acumulada de 5,84%, abaixo dos 6,5% registrados em 2011, mas acima do centro da meta do governo federal, de 4,5%.

INFOGRÁFICO: IPCA no país e em Curitiba

No ano, as principais variações ocorreram em grupos de consumo como despesas pessoais (10,17%) e alimentos e bebidas (9,86%) – este último com o maior impacto sobre a formação do índice geral (2,27 pontos dos 5,84% de 2012). "A aceleração da inflação nos últimos meses de 2012 foi pressionada pelos aumentos nos alimentos, basicamente causados por problemas climáticos", afirmou Eulina Nunes dos Santos, coordenadora de Índices de Preços do IBGE. As negociações de commodities agrícolas, com algumas, como a soja e o milho, atingindo preços recordes, também tiveram influência sobre o custo da alimentação no país. Na outra ponta, os gastos com transportes – influenciados por fatores como a contenção do preço da gasolina pelo governo federal – subiram apenas 0,48% ante os 6,05% de 2011.

Capitais

Curitiba ficou com a sétima maior elevação (5,73%) entre as 14 regiões metropolitanas pesquisadas pelo IBGE – resultado bem melhor para o bolso dos moradores da capital paranaense e região que em 2011, quando a cidade foi a campeã na alta de preços (7,13%).

Efeito cálculo

Análises à parte, o IPCA mais sutil de 2013 pode ter sido provocado por mudanças do IBGE no cálculo do índice. O alerta é o do ex-diretor do Banco Central, Alexandre Schwartsman, sócio diretor da Schwartsman & Associados.

Uma simulação do IPCA de 2012 usando os mesmos pesos e critérios de 2011 aponta que o índice seria de 6,54%. O dado, além de representar alta sobre o ano anterior, mostraria ainda o rompimento do limite superior da meta de inflação oficial do governo.

As mudanças metodológicas foram definidas pelo IBGE com base nos novos padrões de consumo dos brasileiros detectados pela Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) de 2008-2009. A última atualização do IPCA havia sido feita em 2006.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]