O primeiro-ministro da Grécia, George Papandreou, disse estar pronto para renunciar ao cargo caso isso seja necessário visando alcançar um acordo com a oposição para a formação de um governo de união nacional. Falando no Parlamento grego, Papandreou, do Partido Socialista (Pasok), afirmou estar pronto a discutir qualquer questão levantada pelo líder do partido oposicionista Nova Democracia, Antonis Samaras.
Os dois conversaram por telefone nesta quinta, em um esforço para encerrar uma crise política que poderia levar a Grécia a sair da zona do euro.
Samaras pediu que Papandreou renunciasse ao cargo e disse que os dois partidos deveriam concordar com a formação de um governo provisório, que aprovaria o novo acordo de ajuda europeia para a Grécia e convocaria eleições gerais antecipadas.
Segundo Papandreou, "as questões que Samaras levantou para a formação do governo, ou para o momento de novas eleições, não podem ser rejeitadas nem necessariamente aceitas a priori. Não excluí nada da discussão, inclusive minha própria posição".
As conversas acontecem depois de Papandreou ter levantado a hipótese de convocar um referendo para que os eleitores gregos decidissem se aprovam o pacote de ajuda de 130 bilhões de euros (US$ 179 bilhões) acertado pelos chefes de governo dos países da União Europeia no encontro de cúpula da semana passada, em Bruxelas.
A mera possibilidade de uma consulta democrática na Grécia abalou os mercados no meio da semana. Essa posição de Papandreou foi vista por muitos observadores políticos como uma manobra para conter a insatisfação pública com as medidas de austeridade exigidas pela UE.
O primeiro-ministro também disse que, caso saia um acordo com a oposição sobre o pacote de ajuda e a formação de um governo de união nacional, ele vai retirar a proposta de referendo.
Nesta sexta, o governo liderado por Papandreou enfrenta um voto de confiança no Parlamento do país; Samaras já anunciou que votará contra o governo. O Pasok tem atualmente 152 dos 300 deputados. Pelo menos dois deputados do partido governista já anunciaram que não vão dar votos de confiança ao governo, o que significa que ele não deverá sobreviver. As informações são da Dow Jones.
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