Piracicaba O presidente da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), o nigeriano Edmund Daukoru, elogiou o álcool como uma energia limpa e vê uma importância de longo prazo para o uso do combustível alternativo ao petróleo. Ele avalia, no entanto, que o etanol deve ser usado apenas na mistura aos combustíveis fósseis.
Ele visitou ontem o Centro de Tecnologia Canavieira (CTC), em Piracicaba (interior de SP) e Daukoru disse que o próximo desafio de seu país, a Nigéria, é provar ao setor privado as vantagens do uso de etanol produzido a partir da cana-de-açúcar. Ele declarou que os governos de Brasil e Nigéria trabalham na supervisão de projetos de parceria entre empresas privadas para desenvolver o combustível alternativo naquele país.
A Nigéria, assim como a Venezuela, é um dos grandes países produtores de petróleo que já anunciou a importação de álcool do Brasil. "Estamos muito interessados nas pesquisas e o Brasil pode nos ajudar na produção do etanol a partir da cana", disse Daukoru. Ele explicou que, na Nigéria, todo o álcool produzido é utilizado dentro da própria cadeia agrícola. "Estamos trabalhando para ajudar a criar um mercado local para esse combustível", afirmou.
O presidente da Opep citou ainda o baixo custo para a produção do etanol, o sucesso da utilização do combustível para a redução do aquecimento global, mas ressaltou que "não vê uma mudança dramática na matriz energética com a opção pelo álcool no médio prazo".
O gerente de pesquisa e desenvolvimento do CTC, Jaime Finguerut, considerou emocionante a visita, inédita, de um presidente da Opep a um centro de pesquisa e uma usina de álcool no Brasil. Segundo ele, o presidente da Opep teria comentado que o preço do petróleo não voltará a um patamar inferior a US$ 30 o barril, o que torna o mercado internacional do álcool viável.
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